Centros de saúde do Algarve com consultas de telemedicina em reumatologia
22 de Agosto de 2014
A Administração Regional de Saúde do Algarve anunciou que a partir de setembro todos os centros de saúde da região vão poder ter consultas de telemedicina na especialidade de reumatologia.
A experiência, já iniciada nos agrupamentos de centros de saúde do Barlavento e do Sotavento, vai agora ser alargada ao agrupamento de centros de saúde do centro algarvio, permitindo um acesso facilitado a quem está mais distante do hospital onde estão os especialistas.
O responsável pelo programa de telemedicina no Algarve, António Pina, disse ontem à “Lusa” que é «a primeira vez, a nível nacional, que um reumatologista do serviço público presta este serviço».
Desde novembro de 2013, quando se iniciaram aquelas consultas por videoconferência nesta especialidade, já se realizaram cerca de três dezenas de consultas, adiantou António Pina.
No ano passado, a especialidade de dermatologia realizou 765 teleconsultas no Algarve.
A reumatologista Graça Sequeira, uma das impulsionadoras do projeto explicou que «não é possível fazer uma consulta completa nos seus vários aspetos. Mas o facto de ter o médico de família com o utente, do outro lado do ecrã, favorece o diálogo e o apoio aos médicos da área da especialidade de medicina geral e familiar, nomeadamente, na orientação ao tratamento».
Em termos de procedimentos, a Administração Regional de Saúde do Algarve esclareceu que todos os centros de saúde e o Centro Hospitalar do Algarve estão equipados com sistemas de videoconferência que permitem uma ligação em tempo real entre o reumatologista que se encontra no hospital e o médico de família e os utentes que estão no Centro de Saúde.
O especialista vai estar dedicado a estas consultas duas vezes por mês, às quartas-feiras, tendo os médicos de família de fazer a marcação da consulta antecipadamente.
No Algarve, a telemedicina está a ser um recurso para as especialidades de radiologia, dermatologia e reumatologia.
Algarve integra projeto de telemonitorização de doença pulmonar obstrutiva crónica
O Hospital de Faro está a fazer a telemonitorização de 15 doentes com doença pulmonar obstrutiva crónica, um projeto-piloto a decorrer em mais quatro hospitais portugueses, disse ontem à “Lusa” o responsável pelo programa de telemedicina no Algarve.
«São doentes que precisam frequentemente de oxigénio, têm problemas respiratórios, entre outros, têm muitos internamentos e vão muitas vezes às urgências», disse António Pina.
O projeto vai permitir os doentes (15 por cada um dos cinco hospitais integrados) sejam monitorizados a partir de casa, através de equipamentos médicos que fornecem vários dados relevantes que são encaminhados para as equipas de pneumologia dos hospitais participantes.
As equipas médicas dos hospitais de Faro, Viana do Castelo, Pero da Covilhã, Portalegre/Elvas e do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra avaliam os dados sobre o estado de saúde de cada doente para perceber se precisa de internamento ou de alguma alteração no seu tratamento.
O objetivo passa pela diminuição do agravamento da situação clínica e pela redução da necessidade de internamentos, segundo o site dos Serviço Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS).
O Grupo de Trabalho de Telemedicina pretende, após a avaliação bianual do projeto-piloto, propor o aumento da sua implementação e o desenvolvimento de estudos para a aplicação da telemonitorização da insuficiência cardíaca, a partir de 2015, lê-se na página digital dos SPMS.
O projeto de telemonitorização da doença pulmonar obstrutiva crónica é financiado pela Administração Central do Sistema de Saúde.