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Cerca de 2 mil cheques de diagnóstico de cancro oral já emitidos em Portugal

06 de novembro de 2014

Quase dois mil cheques para diagnóstico de cancro oral foram emitidos nos primeiros oito meses de funcionamento do programa, segundo dados fornecidos hoje à agência “Lusa” pela Ordem dos Médicos Dentistas.

Desde 1 de março até ao final de outubro foram emitidos 1.969 cheques diagnósticos e 251 cheques para biopsia.

Dos exames já efetuados, os dados provisórios apontam para seis por cento de casos de cancro oral positivos, o que «está em linha com a prevalência calculada» em Portugal, disse à “Lusa” o bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas, Orlando Monteiro da Silva.

Segundo os dados fornecidos hoje à “Lusa”, na véspera do XXIII Congresso Anual da Ordem dos Médicos Dentistas, que se realiza sexta-feira e sábado em Matosinhos, o tempo entre a utilização do primeiro cheque diagnóstico, a realização da biopsia e a consulta de oncologia não ultrapassa os 10 dias.

O bastonário dos Dentistas calcula que, no próximo ano, com o programa a funcionar em pleno, sejam emitidos cerca de cinco mil cheques de diagnóstico para cancro oral.

Desde março que cada utente do Serviço Nacional de Saúde (SNS) passou a ter direito a dois cheques dentista por ano para diagnóstico de cancro oral e a outros dois para biopsia, no âmbito de um programa que tem como objetivo aumentar a sobrevivência após o diagnóstico da doença.

Está definida como população alvo as pessoas pertencentes aos grupos de risco (homens fumadores, com mais de 40 anos e com hábitos alcoólicos) e utentes com lesões na cavidade oral e com queixas de dor, alterações da cor ou da superfície da mucosa oral.

A intervenção começa sempre no médico de família, através de rastreios a utentes de elevado risco ou pelo diagnóstico clínico de lesões na boca potencialmente malignas.

A existência de uma lesão suspeita deve ser sempre sujeita a um diagnóstico diferencial, sendo emitido pelo sistema informático dos centros de saúde um cheque-diagnóstico que pode ser usado num médico dentista aderente ao Programa.

No caso de o médico dentista ou estomatologista considerar necessária a realização de uma biopsia deve realizar a recolha do produto e enviar para um laboratório de referência, utilizando então um cheque-biópsia

Quando é detetado um tumor, o laboratório informa, por sistema informático, o Instituto Português de Oncologia da respetiva área, que deve marcar uma consulta com caráter de urgência.

No programa participam 240 médicos dentistas, numa rede que pretende cobrir geograficamente todo o país.