Cerca de 200 utentes de Loures reivindicam centro de saúde 762

Cerca de 200 utentes de Loures reivindicam centro de saúde

30 de Abril de 2015

Cerca de duas centenas de pessoas concentraram-se ontem frente ao Ministério da Saúde, em Lisboa, para reivindicar a construção de um novo centro de saúde na freguesia de Santa Iria da Azóia, concelho de Loures.

A manifestação foi convocada pela comissão de utentes de saúde de Santa Iria da Azóia, onde vivem cerca de 18 mil pessoas, tendo sido entregue no final da ação uma carta no Ministério da Saúde, a solicitar uma reunião com o ministro Paulo Macedo.

Em declarações aos jornalistas, Carlos Machado, da comissão de utentes, referiu que as atuais instalações do centro de saúde funcionam num prédio de habitação de três andares sem elevador, «prejudicando o seu acesso a pessoas com mobilidade reduzida».

«Não faz mais sentido nesta altura obrigar milhares de utentes a subir mais de 70 degraus para chegar ao terceiro andar para ter um médico», apontou.

Carlos Machado sublinhou que a reivindicação pelo centro de saúde «já é muito antiga» e que a população da freguesia «está cansada de promessas dos sucessivos Governos».

«Os vários governos assumiram a promessa, o compromisso de construção, o reconhecimento deste problema, mas o facto é que desde 1986, nenhum dos ministros resolveu este problema», queixou-se.

Carlos Machado ressalvou que, mais do que problemas no funcionamento dos serviços, as dificuldades de acesso à unidade de saúde são o que mais preocupa os cerca de 18.000 utentes.

No mesmo sentido, alguns dos utentes presentes no protesto queixaram-se à “Lusa” das dificuldades que têm em aceder à unidade de saúde: «Tenho uma doença na anca e não consigo subir. Não podemos aguentar mais», afirmou Belmira Pereira, 65 anos.

Já Nazaré Moita, 59 anos, referiu que existem alguns médicos que descem ao rés-do-chão para ver os doentes, mas só «em casos excecionais».

O presidente da Câmara Municipal de Loures, Bernardino Soares (CDU), relembrou hoje à tarde, em declarações à agência “Lusa”, que Autoridade Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) já tinha demonstrado disponibilidade para assinar com a autarquia um protocolo para a construção de um novo centro de saúde, lamentando, no entanto, a demora na evolução do processo.

«Aguardamos a todo o momento que nos seja feita essa proposta de protocolo que foi anunciada pela secretária de Estado. Ainda não há mais novidades, mas temos expetativa que a ideia seja avançada», perspetivou.

A “Lusa” contactou a ARSLVT, mas até ao momento não obteve uma resposta.

Contudo, numa resposta escrita enviada à “Lusa” há duas semanas, fonte da ARSLVT disse que reconhece «a importância e a necessidade da construção de uma nova unidade de saúde» e que «decorrem conversações entre a ARSLVT e a Câmara de Loures no sentido de dar seguimento à elaboração de um protocolo de colaboração».