Chefes das urgências do Garcia de Orta mantêm pedido de demissão 28 de Janeiro de 2015 O presidente do Conselho de Administração do Hospital Garcia de Orta, Daniel Ferro, anunciou ontem um conjunto de medidas para melhorar o atendimento nas urgências, mas os sete chefes do Serviço de Urgências reafirmam que continuam demissionários. «Na sequência de reunião tida hoje [ontem] com o Conselho de Administração, vimos reafirmar a nossa posição demissionária. Aceitámos participar ativamente em reuniões de organização/reestruturação do Serviço de Urgência, contudo ainda não se desenham resultados e a nossa posição mantém-se inalterada», afirmam, em comunicado enviado à “Lusa”, os sete chefes do Serviço de Urgências do Garcia de Orta, que pediram a demissão na segunda-feira. Em conferência de imprensa, o presidente do Conselho de Administração do Hospital Garcia de Orta, Daniel Ferro, anunciou ao final da tarde de ontem que os sete clínicos iam colaborar na reorganização da urgência daquele hospital, tendo mesmo anunciado um conjunto de medidas concretas, com o acordo dos chefes do serviço de Urgências que tinham apresentado o pedido de demissão. (Corrige a referência à presença de alguns dos chefes do serviço de Urgências na conferência de imprensa, dado que não estiveram presentes). «Vamos aumentar a capacidade de internamento médico em mais 16 camas, de forma a permitir tratar em regime de alta resolução – em que este hospital tem uma boa experiência – cerca de 800 a 900 doentes por ano», disse Daniel Ferro, adiantando outras medidas concretas que, alegadamente, teriam merecido o acordo dos sete clínicos demissionários. A contratação de três ou quatro médicos especialistas e mais seis enfermeiros, melhor articulação com os Centros de Saúde de Almada e do Seixal, foi outra garantia dada aos sete médicos, que vão trabalhar na implementação das medidas acordadas com a administração do hospital. Após a reunião com os chefes do Serviço de Urgências realizada ontem à tarde, Daniel Ferro anunciou ainda a intenção de «melhorar a articulação, de forma permanente, com a rede de cuidados continuados e com a Segurança Social, de modo a reduzir, se possível a zero, os casos de doentes com alta clínica, a aguardarem internamento, ou a aguardar vaga na rede de cuidados continuados ou em lares». «Obtivemos a colaboração da Administração Regional de Saúde de Lisboa e da Segurança Social de Setúbal e já começamos a transferir doentes, esperando que dentro de 24 a 48 horas, ter esta situação resolvida», acrescentou. Daniel Ferro referiu ainda que nas últimas semanas houve mais uma centena de internamentos do que era habitual no mesmo período em anos anteriores, situação que terá contribuído decisivamente para a sobrelotação nas urgências daquela unidade hospitalar. |