China: Próximo centro nevrálgico da indústria farmacêutica? 1133

Até 2030, a China pode vir a tornar-se o maior mercado do setor farmacêutico do planeta, à frente dos Estados Unidos. Para já, o país consome mais de 110 mil milhões de euros por ano em medicamentos e outros produtos industriais  e prepara-se  para, possivelmente já em 2030, passar a ser o maior consumidor mundial, avança o “Jornal Económico”.

Todas as maiores empresas mundiais do setor farmacêutico responderam positivamente ao apelo do governo chinês para que participassem na Exposição Internacional de Importações de Xangai. AstraZeneca, Roche, Bayer, Novartis e Sanofi são apenas alguns dos gigantes internacionais que estão em Xangai, à procura de conhecerem melhor aquele mercado, que está apenas atrás dos Estados Unidos na lista dos consumidores.

Com este pedido de participação, a China quis demonstrar que a guerra comercial que os Estados Unido lhe estão a mover não impressiona as autoridades chinesas. No entanto, as autoridades do país não escondem que, com o aumento do consumo, estão interessadas a ter uma palavra a dizer – não apenas como consumidores, mas também como produtores.

Pouco tempo depois de sinalizar o interesse por determinado setor, o poder político trata de fazer avançar as suas empresas sobre as empresas que possam de algum modo servir para “furar” entre os gigantes internacionais, explica o “Jornal de Negócios”.

Estas empresas podem ser suficientemente pacientes para esperarem que o modo ocidental de fazer negócio acabe por ceder às pretensões do Império do Meio, dado que não têm propriamente no topo das preocupações remunerarem anualmente os seus acionistas.

A Bayer – que, segundo os analistas, desde que comprou a Monsanto, está a passar por graves dificuldades, é uma das potenciais empresas que pode estar próxima de agregar novos acionistas ao seu elenco.

A China pretende ainda criar os seus próprios gigantes . Como parte do plano de “Made in China 2025”, Pequim quer pelo menos uma centena de empresas farmacêuticas para exportar medicamentos nos principais mercados em todo o mundo, atingindo uma produção com padrão internacional em 2020.