Cientistas: Tuberculose resistente aos medicamentos ameaça décadas de progressos
23 de março de 2017 A tuberculose, numa forma resistente a vários medicamentos, está a aumentar no mundo, revertendo décadas de progresso no combate à doença, alertaram hoje investigadores num novo estudo. Os autores da investigação, lançada na África do Sul e publicada na revista especializada britânica “Lancet” afirmam que há novos antibióticos a entrar no mercado, mas que são precisos testes de diagnóstico eficazes para poder orientar o tratamento em cada caso. A tuberculose é a doença infecciosa que mata mais pessoas no mundo anualmente, com números da ordem de 1,8 milhões em 2015, 60% das quais concentradas em seis países: Índia, Indonésia, China, Nigéria, Paquistão e África do Sul. Dos casos da doença registados, um em cada cinco resistia a pelo menos um medicamento dos mais usados contra a tuberculose e 5% apresentava resistência a outros tipo de fármacos usados no tratamento, avançou a “Lusa”. Esta dificuldade de tratar a doença, já de si difícil e prolongada, traduz-se em mortalidade mais alta, risco de contágio para o pessoal de saúde, tratamentos caríssimos e um problema de saúde pública. Os antibióticos revolucionaram na década de 1950 o tratamento da tuberculose mas o seu uso em massa levou a um aumento de bactérias que lhes resistem, com mutações genéticas provocadas por tratamentos mal feitos. |