“iGestSaúde” é o nome da app que pretende «ajudar doentes oncológicos a lidar com a doença e os seus sintomas. O projeto está a ser desenvolvido pelo Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde (CINTESIS), no Porto.
A aplicação surgiu após a verificação de uma «grande lacuna» relacionada com a «falta de apoio e gestão» do dia a dia dos doentes oncológicos e crónicos, explicou Célia Santos, investigadora do CINTESIS e professora na Escola Superior de Enfermagem do Porto.
Inicialmente vão ser recolhidos os dados sobre as características pessoais, de personalidade, auto eficácia e bem-estar. De seguida, «vamos acompanhar a pessoa entre os tratamentos e ver como reage, para depois darmos as orientações através da aplicação. Paralelamente a isso, vamos avaliar a medicação e criar um alerta para a pessoa tomar o medicamento», explicou.
A aplicação vai estar dividida de acordo com três níveis de gravidade: verde, que corresponde a questões de cariz preventivo como a perda de cabelo, amarelo para orientações relacionadas com o tratamento e vermelho, no qual é criado «um alerta para que a pessoa tenha uma consulta no hospital ou com o seu médico o quanto antes».
Para Célia Santos «estes dados são importantes para a investigação, mas também tem um potencial em termos clínicos, na medida em que ajudam a pessoa a desenvolverem cuidados de saúde”
Célia Santos esclareceu que o doente recebe «demasiada informação» durante a primeira consulta e «quando chega a casa fica desorientado, e muitas das vezes, acaba por suportar os sintomas». «Depois, quando vai a uma segunda consulta para fazer um novo tratamento, tem níveis sanguíneos e níveis de imunidade completamente descontrolados que não lhe permitem fazer o tratamento», concluiu a investigadora.
A equipa responsável pelo projeto “iGestSaúde”, que se encontra em fase piloto no Hospital Pedro Hispano, em Matosinhos, prevê, no próximo ano, ter já concluída a aplicação.
O projeto foi distinguido com a Bolsa Celgene 2018 de Incentivo às Iniciativas Centradas na Pessoa com Doença, no valor de dez mil euros, pretende assim «complementar o trabalho dos profissionais de saúde» e capacitar os doentes de competências que lhes permita «gerir a sua doença e cuidar da sua saúde».
A cerimónia de entrega da Bolsa Celgene 2018 de Incentivo às Iniciativas Centradas na Pessoa com Doença, decorre hoje, na Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa (ESTeSL), durante o 7.º Congresso Internacional dos Hospitais.