Cirurgias para mudança da cor dos olhos podem levar à cegueira 29 de Junho de 2015 A Sociedade Portuguesa de Oftalmologia (SPO) alerta a população sobre os potenciais riscos associados a cirurgias para mudar a cor dos olhos, reforçando o aviso lançado pelas Academia Brasileira de Oftalmologia (ABO), Academia Americana de Oftalmologia (AAO) e Associação Pan-Americana de Oftalmologia (PAAO).
Nestes procedimentos de caráter meramente estético, a aplicação repetida de laser na íris ou a colocação intraocular de um implante entre a íris e a córnea pretendem transformar olhos castanhos em olhos azuis, explica a entidade em comunicado.
A cor castanha dos olhos resulta de uma maior concentração de melanina na íris, um pigmento que se encontra presente também na pele. Com a aplicação de laser sobre uma íris castanha, a camada superficial de melanina é destruída, deixando-a com uma tonalidade azulada, isto é, com menos concentração de melanina.
Os implantes de íris alteram a cor dos olhos através da colocação de um objeto estranho dentro do olho. Estes implantes não estão aprovados pelo INFARMED para uso intraocular pelo que a sua utilização é proibida no nosso país.
Maria João Quadrado, presidente da SPO, explica que estas cirurgias podem levar a consequências graves para a visão inclusive à cegueira.
Apesar de não estarem aprovados no nosso país, a sua realização além-fronteiras tem-se verificado de forma crescente.
A redução irreversível da visão, pressão intraocular aumentada, glaucoma, catarata, lesão corneana, uveítes e inflamação intraocular são alguns dos riscos associados a estas cirurgias. A lesão da córnea pode levar à necessidade da realização dum transplante de córnea.
A presidente da SPO realça ainda que «é fundamental fazer a distinção entre estas cirurgias de outras realizadas através de laser, como é o caso das cirurgias para correção de erros refrativos, procedimentos seguros e amplamente estudados e realizados apenas por médicos oftalmologistas».
|