A Administração Regional de Saúde do Norte (ARS Norte) chumbou o licenciamento de uma clínica de diálise em Lamego que foi recentemente concluída e que apresenta “todos os requisitos exigidos legalmente”.
“A decisão da ARS Norte de chumbar o licenciamento de uma clínica de diálise recentemente construída em Lamego nega aos doentes renais crónicos da região a oportunidade de evitar horas de viagem para receberem o seu tratamento de diálise”, acusa o grupo DaVita, garantindo que a população é obrigada a deslocar-se por 100 quilómetros para realizar os seus exames.
A DaVita, um dos maiores prestadores de cuidados renais no país, relata que a sua nova clínica em Lamego – recentemente concluída com um custo de 2 milhões de euros – foi recusada pela ARS Norte, apesar de cumprir todos os requisitos exigidos legalmente, naquela que é “uma decisão governamental sem precedentes que tem um impacto negativo na qualidade de vida dos doentes”, lê-se em comunicado.
“Esta decisão da ARS Norte é infundada e significa que os doentes de Lamego continuam a ser obrigados a viajar mais de 100 km por dia para o seu tratamento, o que reduz drasticamente a sua qualidade de vida”, afirma Paulo Dinis, diretor geral da DaVita Portugal.
“A DaVita – como outros prestadores de hemodiálise em Portugal – investe milhões de euros na construção de clínicas mais próximas das casas dos doentes, a fim de evitar que façam longas viagens, que são prejudiciais para a sua saúde; e a reduzir os custos de transporte pagos pelo Ministério da Saúde”, refere.
E continua: “Não é aceitável ter uma licença negada nas fases finais de uma construção de três anos, tanto para os prestadores de cuidados renais, como para os doentes portugueses, que são os que sofrem por lhes ser negado tratamento mais perto de casa. Continuamos com esperança que a ARS Norte aprove a abertura da clínica, em benefício das pessoas com doenças renais de Lamego”, conclui Paulo Dinis.
A DaVita garante ter seguido todas as regras e regulamentos exigidos, o que envolveu vários anos de planeamento, construção e execução para preparar a clínica para os doentes.
O Netfarma tentou contactar a ARS Norte para esclarecimentos, sem sucesso.