Comissão Europeia autoriza Zydelig para o tratamento da leucemia linfocítica crónica e do linfoma folicular 23 de setembro de 2014 A Gilead Sciences anunciou, num comunicado, que a Comissão Europeia (CE) concedeu a autorização de introdução no mercado do medicamento Zydelig (idelalisib), o primeiro tratamento oral da sua classe para duas doenças malignas do sangue incuráveis – Leucemia Linfocítica Crónica (LLC) e Linfoma Folicular (LF). No tratamento da LLC, idelalisib foi aprovado para o uso em combinação com rituximab, em doentes que receberam pelo menos uma terapêutica prévia ou como tratamento de primeira linha na presença de deleção 17p ou mutação TP53 em doentes que não são elegíveis para a quimio-imunoterapia. Para o tratamento do LF, o idelalisib foi aprovado como monoterapia em doentes que são refratários a duas linhas anteriores de tratamento. O idelalisib inibe a PI3Kδ, uma proteína que se manifesta em muitas neoplasias malignas das células B e desempenha um papel na viabilidade, proliferação e migração dessas células cancerígenas. LLC e LF são doenças malignas do sangue incuráveis de progressão lenta, que podem levar a complicações de elevado risco como anemia, infeções graves e falência da medula óssea que requerem tratamento. O objetivo da terapêutica para estes doentes é melhorar a sobrevivência e a qualidade de vida. A deleção do cromossoma 17 – del (17p) ou a mutação no gene TP53 em células com LLC estão associadas a um prognóstico pouco favorável e a uma progressão mais rápida da doença. Para estes doentes os tratamentos de quimioterapia mais convencionais não são eficazes e obtêm respostas de curta duração. As opções de tratamento são, por isso, limitadas. «O Zydelig representa um importante avanço terapêutico para os doentes com LLC e LF», afirmou John C. Martin, presidente e CEO da Gilead Sciences. «A Gilead está muito satisfeita por estar a fazer a diferença na vida das pessoas que vivem com estas doenças malignas do sangue e estamos empenhados em garantir o acesso atempado ao tratamento dos doentes que dele podem beneficiar». A aprovação de idelalisib para LLC baseia-se nos dados de um estudo de fase 3 de idelalisib e rituximab, controlado com placebo e rituximab (Estudo 116), em 220 doentes com LLC previamente tratados, que não estavam aptos para quimioterapia convencional. O Estudo 116 foi interrompido no início de outubro de 2013 por um Comité Independente de Monitorização de Dados devido a um elevado benefício estatisticamente significativo na sobrevivência livre de progressão no braço de tratamento com idelalisib e rituximab [hazard ratio = 0,18 (95 % IC: 0,10; 0,32); p<0,0001]. No braço de tratamento com idelalisib e rituximab a mediana de sobrevivência livre de progressão não foi atingida (95% IC: 10,7 meses, NA) porque a maioria dos doentes continuavam sem progredir. No braço de tratamento com placebo e rituximab a mediana do tempo até progressão foi de 5,5 meses (95 % IC: 3,8; 7,1). A aprovação para LF, o tipo mais comum de linfoma não-Hodgkin indolente, baseia-se nos dados de um estudo de fase 2 de um único braço de tratamento (Estudo 101-09) de monoterapia com idelalisib, em 125 doentes com linfoma não-Hodgkin indolente refratários ao rituximab e a um agente alquilante. Em 72 doentes com LF incluídos neste estudo, idelalisib alcançou uma taxa de resposta global de 54% e a duração mediana da resposta não foi atingida (intervalo: 0,0; 14, 8+ meses). Os resultados do Estudo 116 e do Estudo 101-09 foram publicados no “The New England Journal of Medicine” em março de 2014. As reações adversas reportadas (incluindo grau >3) nos estudos clínicos em doentes com neoplasias hematológicas tratados com idelalisib incluem infeções, neutropenia, pneumonias, diarreia/colites, aumento de transaminases (indicador de função hepática), erupção cutânea e pirexia. |