Concurso para fracionamento de plasma tem 5 milhões de euros de verba prevista 675

Concurso para fracionamento de plasma tem 5 milhões de euros de verba prevista

02 de Julho de 2015

O presidente do Instituto Português do Sangue e Transplantação (IPST) anunciou ontem que há uma verba de cinco milhões de euros para o concurso de fracionamento do plasma que está a decorrer.

 

Hélder Trindade falava aos deputados da Comissão Parlamentar da Saúde sobre o ponto da situação do aproveitamento do plasma português no país.

 

Segundo o responsável, o concurso para fracionar o plasma (programa que permitirá a transformação deste produto em medicamentos) está a decorrer.

 

«As firmas, os peritos vão entregar os dossiers a explicar o que vão fazer, designadamente explicar se têm inativação, que tipo ou se é seguro», disse o dirigente, citado pela “Lusa”.

 

Perante o «diálogo concorrencial», o júri reúne-se e já sabe o que a indústria tem para oferecer, acrescentou, considerando que este processo está a ser «absolutamente transparente e diferente de tudo o que foi feito até agora».

 

Segundo Hélder Trindade, este programa completa o trabalho que o instituto fez ao longo dos últimos anos, seguindo-se à inativação do plasma português para transfusões, que já é feita desde o final de 2014.

 

Faltava ainda o tratamento do plasma remanescente como matéria-prima para a produção de medicamentos derivados do plasma, para o que foi lançado um concurso que está a correr, do qual deverá resultar a empresa que irá fracionar o plasma, a começar pelos 30 mil litros que o IPST tem colhidos e conservados.

 

No entanto, «se se chegar a setembro e as empresas começarem a fazer perguntas e perguntas com má fé, não vamos cumprir prazos», alertou.

 

«O que nós vamos pedir é: para rentabilizar ao máximo o plasma que temos, o que é que nos vão dar?», sublinhou.

 

Trata-se de 120 mil unidades, que irão dar 30 mil litros, é o mínimo para que o plasma dê mais-valias, disse.

 

«Quanto maior a quantidade que eu der para fracionar, mais barato me sairá», acrescentou.

 

Hélder Trindade referiu ainda que o IPST enviou ofícios aos hospitais a saber quanto é que gastam de plasma inativado e que nem todos responderam, mas o número final «foi qualquer coisa como 10 mil unidades».

 

Entretanto, o Bloco de Esquerda requereu ontem a audição do presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT), Luís Cunha Ribeiro, sobre a «inutilização do plasma em Portugal», pedido que foi chumbado pelos partidos da maioria (PSD e CDS).

 

«Atendendo à gravidade das notícias que têm vindo a público, o Bloco de Esquerda entende que, em nome da transparência e do esclarecimento cabal desta situação, se deve ouvir, no âmbito deste processo, o presidente da ARSLVT, Luís Cunha Ribeiro», lê-se no requerimento do BE.

 

Para o Bloco, este chumbo impede «que sejam prestados os esclarecimentos necessários sobre a questão da utilização de plasma em Portugal».