Patient Centricity: Buzzword ou imperativo estratégico? Esta foi a grande questão em debate, ontem, no Pestana Sintra Golf Conference & Spa Resort, naquela que foi a primeira Conferência MF Talks de 2016. Durante cerca de quatro horas foram muitas as ideias partilhadas entre representantes da Indústria Farmacêutica, Farmácia Comunitária e estudantes de Ciências Farmacêuticas, com uma tónica comum: não há outro caminho a seguir, senão aquele que coloca o paciente no centro da ação e decisão. O Patient Centricity requer a «implementação de uma nova cultura nas companhias a todos os níveis», defendeu Marcelino Duarte, o orador principal da conferência. No entender do Senior Global Accounts Director da IMS Health, «mudar a cultura das empresas direcionando-as para o Patient Centricity é difícil, especialmente para as maiores, mas quando o fizerem as vantagens vão ser maiores», realçou durante o evento organizado pela revista Marketing Farmacêutico. Perante uma plateia composta por 70 profissionais do setor, Patrícia Adegas, Communication & Patient Relation Manager, da Novartis, também reforçou a importância do envolvimento dos pacientes nos processos de tomada de decisão das empresas, lembrando que «nos últimos 3 ou 4 anos esse cenário evoluiu mas ainda é uma marcha lenta». A oradora defendeu ainda que a Indústria Farmacêutica «deve ultrapassar o bloqueio de não poder comunicar diretamente os seus produtos ao doente», acrescentando que devem ser adotadas estratégias de comunicação alternativas, utilizando-se, por exemplo, as redes sociais para alcançar os pacientes. Focando-se também no impacto da Internet e das tecnologias, nomeadamente das aplicações para smartphones e tablets, Paulo Duarte, Multi Channel Marketing Lead, da Pfizer alertou para a necessidade de se alterar o mindset das empresas da Indústria Farmacêutica. «Se não adotarmos novas metodologias dentro das nossas equipas, seremos ultrapassados por outros players como o Google ou a Apple». Durante o debate, moderado por Luís Vasconcelos Dias, Pharma & Healthcare Consultant, João Gil, Senior Patient Relations & Strategic Health Initiatives Manager, da Abbvie, destacou um elemento essencial na comunicação com os pacientes – as associações de doentes. No seu entender, a Indústria Farmacêutica deve reforçar o desenvolvimento de projetos e programas com estas entidades, que se assumem como «importantes interlocutores» neste processo. Ema Paulino, Diretora de Projetos e Serviços das Farmácias Holon, trouxe a debate uma perspetiva mais direcionada para a farmácia comunitária. A farmacêutica considera que a «Indústria Farmacêutica se apresenta resistente a este processo e não aproveita o ponto de contacto dos doentes, os profissionais de saúde, como os farmacêuticos». Ema Paulino concluiu que não sente que faça parte do processo: «não me sinto engaged». Esta Conferência MF Talks contou com o patrocínio da PharmaPlanet e com o apoio dos Pestana Hotels & Resorts e da IMS Health. A revista Farmácia Distribuição e o Portal Netfarma foram media partners do evento. Vídeo com entrevistas aos oradores disponível aqui. |