Consórcio do Porto candidata-se a associação europeia de investigação de cancro
20 de dezembro de 2017 Um consórcio criado pelo Instituto Português de Oncologia do Porto (IPO-Porto) e pelo Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da UPorto (i3S) candidatou-se para integrar o Cancer Core Europe, uma associação dedicada à investigação do cancro. Segundo um comunicado hoje divulgado, esta candidatura é um dos dados que serão anunciados amanhã, no i3S, durante a apresentação do relatório de atividades do Porto.Comprehensive Cancer Centre (Porto.CCC), que resulta de uma parceria entre aquele instituto de saúde e o IPO-Porto. Em declarações à “Lusa”, o presidente do Conselho de Administração do IPO-Porto, Laranja Pontes, avançou que a decisão sobre a candidatura para integração do Porto.CCC na associação Cancer Core Europe será divulgada no segundo semestre de 2018. De acordo com o responsável, esta integração poderá levar à atribuição de fundos para investigações na área do cancro e à partilha de ideias, metodologias e boas práticas com as seis instituições que já integram a associação. «O Porto.CCC é um prestador de cuidados de saúde de grande volume, que tem integrado no tratamento a componente de investigação clínica, translacional e básica, num padrão muito elevado», indicou Laranja Pontes. No período de um ano, o consórcio produziu 380 trabalhos científicos, publicados em revistas internacionais de Oncologia, e participou em 120 ensaios clínicos (alguns na área da imuno-oncologia). «Conseguimos ter cada vez mais a confiança das entidades que fazem investigação clínica, somos contactados para ensaios de fase muito inicial, que são os mais interessantes do ponto de vista científico e mesmo de prestação de serviços e acesso a medicamentos inovadores», acrescentou o presidente do Conselho de Administração do IPO-Porto. Segundo contou, a decisão de construir o Porto.CCC assumiu-se «como um passo estratégico num universo europeu, e mundial até, extremamente competitivo». O i3S e o IPO-Porto «não são competidores em nada, completamo-nos. Sozinhos não somos capazes de fazer tudo», sublinhou, acrescentando que juntos são «mais fortes e muito mais competitivos» e representam «o que de melhor se faz em oncologia em Portugal». Sobrinho Simões, diretor do Ipatimup e membro da Comissão diretiva do i3S, referido na nota informativa, considera que o IPO-Porto «é muito bom» nos cancros da próstata, bexiga, rim e linfomas, enquanto o Ipatimup, e agora o i3S, é uma «referência mundial» nos cancros do estômago e da tireóide e outros órgãos endócrinos e neuroendocrinos. Além disso, partilham «créditos nos cancros colorretal e de mama», sendo, por isso, «uma parceria que faz todo o sentido», acrescentou. O consórcio foi convidado a integrar a Rede Europeia de Referência (RER) Genturis, que visa melhorar a assistência e os cuidados de saúde prestados aos doentes e às famílias com síndromes hereditários raros ligados ao cancro, através de investigação colaborativa entre parceiros nacionais e europeus. A Genturis conta com a participação da investigadora Carla Oliveira, do i3S, da patologista Fátima Carneiro, do Centro Hospitalar São João, e do investigador Manuel Teixeira, do IPO-Porto. O Porto.CCC pretende organizar uma conferência internacional – “1st Gago Conference” – dedicada à investigação do cancro na Europa, que contará com a presença do Comissário Europeu Carlos Moedas e de mais de uma dezena de especialistas mundiais na área do cancro, com data prevista para 14 de fevereiro de 2018. |