O consumo de antibióticos em meio hospitalar baixou 4,96% entre 2013 e 2017, segundo dados divulgados pela Direção-Geral da Saúde (DGS), que revelam também uma descida do consumo destes medicamentos em ambulatório.
«O consumo global de antimicrobianos em meio hospitalar reduziu-se, entre 2013 e 2017, 4,96% (de 1,64 DHD [Doses Diárias Definidas por 1000 habitantes] para 1,53DHD)», indicam os números da DGS. Esta baixa deve-se essencialmente «à redução do consumo de antibióticos da classe das quinolonas (-29,58%) e aminoglicosídeos (-19,43%)», refere o relatório anual do Programa de Prevenção e Controlo de Infeções e de Resistência aos Antimicrobianos (PPCIRA).
Relativamente aos consumos em ambulatório, o consumo baixou para 20,3 DHD em 2017, correspondendo assim de forma idêntica ao resultado obtido em 2014, adianta o relatório apresentado na 4.ª Jornada do Programa de Prevenção e Controlo de Infeções e de Resistência aos Antimicrobianos, que está a decorrer em Lisboa.
Em declarações à agência “Lusa”, à margem do encontro, a diretora do PPCIRA, Maria do Rosário Rodrigues, afirmou que «os números estão a diminuir porque têm sido feitos esforços nesse sentido».
Maria do Rosário Rodrigues apontou como «pilares da área de controlo de infeção», os programas de apoio à prescrição de antibióticos na área dos hospitais e cuidados de saúde primários e as «precauções básicas de controlo de infeção» sobre as quais se tem vindo a insistir.
«Em relação às resistências, também estamos com bons resultados. Temos na maior parte dos casos tendências de diminuição», salientou.
A bactéria staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA), está «a diminuir paulatinamente», disse a responsável, explicando que «as medidas conjuntas, a política de apoio de prescrição aos antibióticos, a insistência na higiene das mãos e das precauções básicas e a própria norma que saiu de rastreio e controlo da MRSA» contribuíram de forma «muito benéfica» para a diminuição.
Por outro lado, a bactéria klebsiella pneumoniae está «em crescimento» em Portugal e em outros países da Europa. Uma das razões apontadas para este crescimento é o consumo abusivo de antibióticos, que pode provocar mais resistências.