Consumo de medicamentos antitabágicos diminuiu desde o fim de comparticipação de fármaco 96

Mais de 450 mil embalagens de medicamentos para deixar de fumar foram vendidas nas farmácias desde 2021, mas o consumo tem decrescido desde a retirada do mercado nesse ano do único medicamento comparticipado pelo Estado.

Os dados avançados à Lusa, pela Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed), a propósito do Dia Europeu do Ex-fumador, assinalado hoje, dizem respeito aos medicamentos antitabágicos colocados pelos grossistas nas farmácias de Portugal continental, entre 01 de janeiro de 2021 e 31 de maio deste ano.

De acordo com a informação, foram vendidas 157.286 embalagens de medicamentos em 2021, número que desceu para 126.459 no ano seguinte e para 114.842, em 2023. Entre janeiro e maio desde ano, foram dispensadas 51.993 embalagens.

No ano em que o Champix ainda estava no mercado, em 2021, os encargos do Serviço Nacional de Saúde com medicamentos com indicação para a cessação tabágica prescritos e dispensados nas farmácias comunitárias totalizaram perto de 500 mil euros. Com a sua retirada do mercado, por decisão do laboratório, os valores passaram a ser residuais nos anos seguintes, cerca de 1.120 euros em 2022, e 107 euros em 2023 e podem dever-se a consumos residuais de Champix, cuja substância ativa é a vareniclina

O Infarmed sublinha que, desde a retirada deste medicamento do mercado português em 2021, que não existiam medicamentos comparticipados em Portugal para esta indicação”.

 

Novos medicamentos comparticipados

Foram, no entanto, comparticipados dois medicamentos antitabágicos recentemente, um genérico de vareniclina que foi colocado recentemente no mercado, e um medicamento de Citisiniclina, que vai estar disponível com comparticipação em outubro, avançou.

Deixar de fumar: Dois medicamentos comparticipados a partir de outubro

 

Questionado se está em estudo a comparticipação de mais fármacos para deixar de fumar, o Infarmed explicou que a comparticipação está sujeita à submissão de pedidos por parte das empresas detentoras dos medicamentos.

Para a coordenadora da Comissão de Trabalho de Tabagismo da (SPP), Sofia Ravara, o facto de os fumadores passarem a ter dois medicamento comparticipados “é uma excelente notícia”.