Coordenação Nacional da Transplantação: Número de transplantes cresce em Portugal mas ainda podia ser maior 806

Coordenação Nacional da Transplantação: Número de transplantes cresce em Portugal mas ainda podia ser maior

22 de Julho de 2016

O número de transplantes em Portugal é cada vez maior. No primeiro semestre deste ano realizaram-se 458, mais 66 do que no período homólogo em 2015, a maioria foi de rim.

Os números são avançados à “Renascença” pela coordenadora nacional da transplantação. Apesar de satisfeita, Ana França garante que o balanço poderia ser ainda melhor.

A coordenadora indica que a percentagem de doações em vida ainda é baixa. «No primeiro semestre houve 30 dadores vivos, mais dois do que no ano passado. Já em relação aos dadores falecidos, tivemos 189, um valor que constitui um aumento de 17% em relação ao mesmo período do ano anterior».
 
Um dos problemas é a possibilidade de recolher órgãos de pessoas em paragem cardiocirculatória irreversível, ou seja, de coração parado. A técnica abriu novas perspetivas que, até agora, não se concretizaram. Segundo Ana França «desde janeiro, houve quatro doentes transplantados por este meio».
 
«A paragem cardiocirculatória exige condições de acessibilidade em termos de cirurgia vascular, cirurgia torácica, cirurgia abdominal, com especialistas disponíveis em tempo útil, e só os grandes centros hospitalares e universitários têm condições para reunir todos estes requisitos», explica.
 
«Na legislação está pré-definido que serão os cinco grandes hospitais do centro hospitalar do Porto, do Centro Hospitalar de São João, do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, e dos Centros hospitalares de Lisboa Norte e Lisboa Central que poderão ter essas condições, mas neste momento só o Centro hospitalar de São João reúne condições para o fazer», acrescenta Ana França.