A presidente da Associação de Farmácias de Portugal (AFP), Manuela Pacheco, aplaudiu a aprovação da comparticipação de testes rápidos de antigénio de uso profissional.
Em afirmações à agência Lusa, Manuela Pacheco considerou que o preço dos testes rápidos de antigénio era um fator limitativo para muitas pessoas o realizarem.
O regime excecional e temporário de comparticipação de testes rápidos de antigénio (TRAg) de uso profissional foi publicado a semana passada, em Diário da República. O valor da comparticipação do Estado na realização dos TRAg é de 100% do preço máximo que não pode exceder os dez euros.
Segundo a portaria, a comparticipação é limitada a um máximo de quatro testes por mês e por utente e não se aplica aos utentes que têm o certificado de vacinação (que ateste o esquema vacinal completo) ou o certificado de recuperação, nem aos menores de 12 anos.
Para Manuela Pacheco, esta é uma medida importante porque “o preço para muita gente é limitativo” e vai fazer com que mais pessoas o façam.
“Se queremos testar, se queremos cortar cadeias de transmissão, se queremos saber ao certo o que está a acontecer num foco ou num grupo, a testagem é, neste momento, essencial”, afirmou.
Segundo a presidente da AFP, a procura de testes realizados nas farmácias pelos seus profissionais tem vindo aumentar, depois de um período de acalmia que coincidiu com o abrandamento da propagação da infeção pelo vírus SARS-CoV-2.
Manuela Pacheco explicou ainda, que há pessoas que compram o autoteste para o realizar em casa, mas que depois voltam à farmácia para realizar o teste com o profissional, porque consideram que deu um “resultado inconclusivo ou que pode não corresponder” ao que esperavam.
Para a presidente da AFP tem de haver “muita consciencialização” de quem faz o autoteste.
“As pessoas são leigas, não têm a obrigação de saber fazer uma colheita, e um teste feito indevidamente pode ter um resultado falso ou inconclusivo e levar a comportamentos errados”, indicou.
Relativamente aos profissionais que fazem os testes nas farmácias, Manuela Pacheco indica que têm de estar “devidamente habilitados”, assim como os espaços têm de estar registados na plataforma das Administração Regionais de Saúde depois no sistema SINAVElab para reportar os resultados de todos os testes.
Segundo a portaria publicada, os testes só poderão ser realizados nas farmácias de oficina e laboratórios de patologia clínica ou análises clínicas autorizadas pela Entidade Reguladora de Saúde.