A Assembleia da República aprovou dois projetos de resolução do CDS-PP que recomendam ao Governo a retoma urgente dos rastreios oncológicos afetados pela pandemia de covid-19 e campanhas de sensibilização para que os portugueses adiram.
“Há que de realizar amplas campanhas de sensibilização, apostar fortemente na prevenção, os rastreios de base populacional dos tipos de cancro com maior incidência têm de ser urgentemente retomados em todo o território nacional e os seus resultados enviados, em tempo real, para as respetivas unidades de saúde permitindo um diagnóstico precoce, decisões multidisciplinares e encaminhamento imediato do doente”, defende uma das iniciativas aprovadas.
Um dos projetos de resolução do CDS-PP (sem força de lei) pede também que seja assegurado que “todos os doentes oncológicos têm acesso aos melhores cuidados de saúde, sejam eles meios complementares de diagnóstico e terapêutica, consultas, tratamentos, cirurgias ou reabilitação, cumprindo-se os tempos máximos de resposta garantidos”.
Neste âmbito, os deputados recomendam “consultas atempadas, tanto nos cuidados de saúde primários, como nos cuidados hospitalares”, acesso “a todos os tratamentos e cirurgias indicados” e que, “enquanto não estiver ultrapassada a pressão a que o Serviço Nacional de Saúde está sujeito em consequência da pandemia de covid-19”, que o Governo contratualize estes cuidados com os setores privado e social.
A resolução prevê que seja assegurado “o adequado seguimento e vigilância dos doentes oncológicos sobreviventes”, e também que seja dado “o devido apoio às famílias e cuidadores dos doentes oncológicos implementando, também, medidas especialmente direcionadas aos cuidadores de doentes oncológicos em idade pediátrica”.
Nesta iniciativa, os parlamentares pedem mais investimento no tratamento do cancro “até que se atinja, pelo menos, a média per capita da União Europeia”, bem como uma aposta “na investigação e tratamento de cancros raros”.
Ainda no que toca à investigação, querem “estudos exaustivos relativos ao impacto da pandemia de covid-19 nas doenças oncológicas” por forma a “acautelar a minimização das consequências nefastas que se adivinham para os próximos anos”, e que seja promovida “a atratividade de Portugal na realização de ensaios clínicos”.
O outro projeto de resolução do CDS-PP que também foi aprovado hoje, e que é relativo aos doentes oncológicos, insta o Governo a aumentar para “o escalão A (90%) a comparticipação das heparinas de baixo peso molecular indicadas no tratamento da trombose associada a cancro, quando prescritas por médicos oncologistas, imuno-hemoterapeutas ou especialistas em medicina interna”.
Ambas as iniciativas foram aprovadas com o voto favorável de todas as bancadas, à exceção do PS, que se absteve.