A gigante farmacêutica AstraZeneca anunciou que poderá fabricar na União Europeia apenas metade das doses que deve fornecer à UE no segundo semestre do ano e que produziria o restante das doses prometidas aos europeus em outros lugares.
A AstraZeneca “está a trabalhar para aumentar a produtividade na sua cadeia de abastecimento na UE” e usará “a sua capacidade global para garantir a entrega de 180 milhões de doses à UE no segundo semestre do ano”, disse à Agência France Prece (AFP) um porta-voz do grupo sueco.
“Cerca de metade do volume esperado deve vir da cadeia de abastecimento da UE” e o resto virá da rede internacional da empresa, afirmou o porta-voz.
Na terça-feira, citando declarações de uma fonte da UE à agência Reuters, o jornal Público divulgou que do total de vacinas da AstraZeneca contratualizadas com a União Europeia para o segundo quadrimestre deste ano, apenas metade devem chegar aos países.
O anúncio ocorre após uma polémica sobre as entregas da vacina AstraZeneca-Oxford à União Europeia no primeiro trimestre deste ano, o que gerou tensões entre a UE e o grupo farmacêutico.
Antes da aprovação da vacina pela UE, no final de janeiro, a empresa gerou polémica entre os líderes da UE ao anunciar que não seria capaz de cumprir a meta de entregar 400 milhões de doses à União Europeia por falta de meios de produção.
O caso também causou tensão diplomática com a Grã-Bretanha, que deixou o bloco europeu, com Bruxelas implicitamente a acusar a AstraZeneca de reservar tratamento preferencial à Grã-Bretanha em detrimento da UE.
O governo do Reino Unido já imunizou milhões de pessoas com a vacina AstraZeneca desde o final de 2020. Mas a empresa não começou a distribuir na UE até o início deste mês, depois de o regulador europeu de medicamentos ter aprovado o uso da vacina.
Na UE, existem de momento três vacinas aprovadas contra a covid-19: a da Pfizer-BioNtech, Moderna e AstraZeneca.