O bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, defendeu hoje a importância dos farmacêuticos e das farmácias, ao longo de toda a pandemia de covid-19.
Estas declarações foram proferidas no final de uma visita a uma farmácia em Benfica, em Lisboa, onde juntamente com a bastonária da Ordem dos Farmacêuticos, Ana Paula Martins, e com o presidente da Associação Nacional das Farmácias fizeram uma entrega de máscaras cirúrgicas no âmbito do movimento “Todos por quem Cuida”.
“Hoje estamos aqui numa farmácia e eu aproveito para realçar o papel importantíssimo que os farmacêuticos tiveram nesta batalha que raramente tem sido realçado”, disse Miguel Guimarães.
O bastonário aproveitou ainda para acrescentar que “temos de facto de dar mais apoio às farmácias que fazem um trabalho muito importante e praticamente não tem tido apoio nenhum do Estado e é importante que o Estado olhe para as farmácias de forma diferente”.
Aproveitando o momento, Miguel Guimarães desafiou o Estado a olhar de “forma diferente” para as farmácias, dando-lhes mais apoio para evitar que muitas encerrem, o que seria “dramático” para as populações e aumentaria “as desigualdades sociais em saúde”.
“Fala-se muito dos hospitais, fala-se dos centros de saúde mas raramente se fala de cuidados absolutamente essenciais para os portugueses, que são cuidados de proximidade que garantem que os portugueses que têm doenças crónicas, e não só, puderam e possam continuar a ter acesso aos medicamentos”, salientou o bastonário, deixando uma palavra de agradecimento a todos os farmacêuticos.
Presente também, esteve Paulo Duarte, presidente da Associação Nacional de Farmácias (ANF), que indicou que há neste momento entre 900 a 1.000 farmácias com “quebras significativas na sua atividade” em resultado da pandemia covid-19.
Miguel Guimarães aproveitou para indicar que espera que as farmácias que correm esse risco não venham a encerrar, advertindo que se isso acontecer “é absolutamente dramático para as populações e aumenta aquilo que são as desigualdades sociais em saúde”.
“As farmácias e o farmacêutico juntamente com os centros de saúde e o médico de família são as pessoas que estão mais próximas das pessoas, são absolutamente essenciais naquilo que é a resposta do Serviço Nacional de Saúde à necessidade dos portugueses”, explicou o bastonário da Ordem dos Médicos.
A bastonária da Ordem dos Farmacêuticos, Ana Paula Martins, também realçou o papel das farmácias junto da população.
“Tivemos um momento inicial de grande ansiedade por parte das pessoas, de grande necessidade de procura de medicação logo nas primeiras semanas (…) e a farmácia foi esse espaço, mais uma vez, procurado incessantemente pelas pessoas”, indicou.
Ana Paula Martins aproveitou para enaltecer o trabalho conjunto que a Ordem dos Médicos e a Ordems dos Farmacêuticos tiveram para que as receitas fossem renovadas e para que as “pessoas não ficassem sem a sua terapêutica. Isso era o mais importante”.
Este trabalho conjunto também se refletiu na criação do movimento “Todos porque quem cuida”, que reúne as ordens, a Apifarma e muitos doadores privados que “todos os dias fazem chegar os seus apoios” a todos os profissionais de saúde, inclusive farmácias, envolvidos nesta pandemia.
“Já tínhamos muitas farmácias com muitas dificuldades, que se acentuaram e vão se acentuar” e as máscaras cirúrgicas são um apoio. “As farmácias são um ponto de referência em termos de acesso que tem que ser cuidado e protegido para não termos que as fechar”, concluiu a bastonária da Ordem dos Farmacêuticos.