COVID-19 com tendência crescente de transmissão 317

A transmissão da COVID-19 aumentou, com 26 casos a sete dias, por 100.000 habitantes a 30/06/2024, revelou a Direção-Geral da Saúde (DGS).

Este valor, segundo explicado, ontem, no site da DGS, superou o pico de incidência do último inverno de 12 casos a sete dias por 100.000 habitantes (coincidente com o aumento da prevalência da subvariante BA.2.86, sobretudo sublinhagem JN.1).

É, contudo, um valor inferior ao pico de incidência do último verão de 42 casos por 100.000 habitantes (coincidente com o aumento de prevalência da subvariante XBB.1.9., com nova descendente EG.5.1).

A DGS justifica este incremento com “o aumento da prevalência de uma descendente da JN.1, a sub-linhagem KP.3 (51,3% das amostras entre as semanas 19 e 22 de 2024), que foi classificada recentemente como variante sob monitorização pelo Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC, na sigla inglesa)”.

Observa-se, igualmente, “uma tendência crescente da proporção de episódios de urgência por COVID-19 em todas as regiões e grupos etários, sendo o crescimento mais evidente nos grupos etários mais velhos”.

Quanto à mortalidade, aconteceram 15 óbitos a 14 dias por milhão de habitantes, tendo ultrapassado os valores máximos obtidos nos últimos inverno e verão, de dez e 13 óbitos, respetivamente, a 14 dias por milhão de habitantes.

Cerca de 70% dos óbitos ocorreram em pessoas com 80 e mais anos, e a região com maior taxa de mortalidade é o Algarve, que mantém uma tendência crescente. “Cerca de 44% dos óbitos não tinham registo de vacinação sazonal na última época, e entre os oito óbitos com menos de 60 anos, seis óbitos não tinham registo de vacinação sazonal na última época apesar de terem indicação para a mesma, atendendo às comorbilidades que apresentavam”, é especificado pela DGS. 

O ECDC considera improvável que estas novas mutações estejam associadas a aumento na gravidade da infeção ou a uma redução na eficácia da vacina contra doença grave, em comparação com as variantes BA.2.86 anteriormente em circulação. No entanto, os indivíduos mais velhos, ou com doenças subjacentes, ou previamente não infetados podem desenvolver sintomas graves, se infetados.

Face à tendência de crescimento observada, associado a períodos de calor nos próximos dias, “é possível que se observe período de excesso de mortalidade, pelo que se vem reforçar a importância de adequar as medidas de proteção da doença, contribuindo para reduzir a transmissão a terceiros”, conclui a DGS.