Covid-19: Empresa portuguesa pretende ter ventilador no mercado este ano 822

A empresa Sysadvance conta ter até ao final do ano no mercado, o ventilador SYSVent OM1, específico para cuidados intensivos de saúde.

Este ventilador está a ser desenvolvido em parceria com a Ordem dos Médicos (OM) e com o Centro de Cirurgia Experimental Avançada, desde março.

O médico intensivista que liderou a equipa médica que acompanhou o desenvolvimento deste ventilador, António Carneiro, descreveu que “os ventiladores de cuidados intensivos são os mais diferenciados e exigentes” e que o que se pretendeu foi fazer um equipamento “não apenas para a pandemia”.

“Mas este é um equipamento para tudo, capaz de gerar volume, pressão, responder às ajudas do doente quando o doente precisa, variar a maneira como o ar entra e sai”, explicou António Carneiro.

Outra função do SYSVent OM1 é a capacidade de ser controlado remotamente, o que em ambiente pandémico ou de infetocontagiosas é considerado muito importante pela comunidade médica, uma vez que permite aos profissionais de saúde trabalhar com maior distanciamento.

Nos próximos tempos, o ventilador vai ser alvo de certificação para adquirir a marca CE, um indicativo de conformidade obrigatória para produtos comercializados no espaço económico europeu.

A expectativa dos responsáveis é de que a certificação do SYSVent OM1 fique concluída em novembro, já incluindo a fase de auditorias e testes, e que o ventilador esteja disponível no mercado até final do ano.

De referir, que a Sysadvance é única empresa portuguesa que tem uma certificação que lhe permite desenvolver e produzir dispositivos médicos da classe IIB.

Segundo o presidente do conselho de administração da Sysadvance, José Vale Machado, a empresa terá capacidade para produzir 20 ventiladores “por dia e por turno”, o que significa que “dependendo da demanda que haja, poderão ser feitos 60 por dia”.

Cada unidade tem um custo de aproximadamente 7.000, “um custo significativamente inferior, menos de metade, ao do equipamento líder de mercado”, indicou José Vale Machado.