A Bastonária da Ordem dos Farmacêuticos, Ana Paula Martins, voltou a reforçar a disponibilidade das farmácias para participarem na “tarefa muito exigente” que é a vacinação.
As declarações foram proferidas durante a sua audição na Comissão Eventual para o acompanhamento da aplicação das medidas de resposta à pandemia da doença covid-19 e do processo de recuperação económica e social.
“Vacinar oito milhões de portugueses é, no tempo que temos para atingir a imunidade de grupo, uma tarefa muito exigente e que vai precisar de todos. Até diria que vai precisar de centros de vacinação. Todos os esforços que pudermos juntar serão importantes e é neste contexto que as farmácias aparecem”, defendeu a bastonária.
Ana Paula Martins reforçou que que as farmácias e os farmacêuticos “devem vacinar os portugueses”, mas num sistema de complementaridade.
“A nossa sugestão, quando nos foi apresentado o plano de vacinação, foi clara: entendemos que as farmácias e os farmacêuticos devem vacinar os portugueses, se o ministério da Saúde tomar esta decisão, em complementaridade, não se substituindo, de maneira nenhuma, aos enfermeiros e aos médicos”, explicou aos deputados.
Relativamente à vacinação dos profissionais de saúde, a bastonária adiantou ainda que a ordem tem conhecimento de “farmacêuticos [dos hospitais] que ficam pasmados pelo facto de não serem vacinados”, quando há profissionais de outras áreas que já receberam a vacina contra o coronavírus e “não estão na linha da frente ou que estão em teletrabalho”.
“Dentro dos hospitais do Serviço Nacional de Saúde e dos cuidados de saúde primários, há muitos farmacêuticos que nem sequer têm ideia de quando podem a vir a ser vacinados”, afirmou Ana Paula Martins. Contudo a bastonária considera que essa situação “pode ter a ver com a organização dos centros hospitalares e das próprias administrações regionais de saúde”.