O número de farmácias que realizam testes comparticipados à covid-19 subiu desde o início do mês, de 630 para mais de 900, tendo sido alcançado na sexta-feira o máximo diário de despistes, cerca de 73 mil.
“Temos continuado a bater recordes atrás de recordes. Na sexta-feira passada, fizemos mais de 73 mil testes nas farmácias”, adiantou à Lusa a presidente da Associação Nacional das Farmácias (ANF), Ema Paulino.
Segundo a presidente da ANF, para este incremento da testagem do coronavírus SARS-CoV-2 tem contribuído o aumento do número de farmácias que estão a realizar testes rápidos de antigénio (TRAg) de uso profissional gratuitos desde que o Ministério da Saúde aumentou, em 03 de dezembro, a comparticipação de 10 para 15 euros.
“Desde que houve a atualização do valor, subiu das 630 para praticamente 900, o que é um aumento bastante significativo”, avançou Ema Paulino, ao adiantar que, além disso, muitas farmácias já “estão a conseguir fazer mais testes”.
De acordo com a responsável da ANF, há ainda um “grupo significativo de farmácias” que está a aguardar a autorização para passar a fazer estes testes comparticipados, o que vai permitir aumentar a capacidade de testagem, principalmente para os períodos que serão de maior procura, caso dos dias que antecedem o Natal e o Ano Novo.
Em relação aos autotestes adquiridos nas farmácias, Ema Paulino adiantou que continua a existir uma “libertação controlada” (rateio), face à grande procura, com algumas farmácias a estabelecerem limites do número por pessoa.
Os TRAg de uso profissional são gratuitos não apenas em farmácias, mas também em 438 laboratórios de patologia clínica e análises clínicas que aderiram a este regime excecional de comparticipação, de acordo com listagem da Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed).
O Governo voltou a comparticipar a realização de testes TRAg, uma medida que abrange toda a população e que se estende até 31 de dezembro, prazo que pode ser prorrogado, ao abrigo do regime excecional e temporário de comparticipação.
O regime excecional e temporário tinha cessado em outubro, tendo em conta que Portugal estava próximo de atingir os 85% da população totalmente vacinada contra a covid-19, mas o ministério decidiu reativá-lo devido à atual situação epidemiológica, com o aumento de casos de covid-19 e dos internamentos.
No acesso a lares e nas visitas a utentes em estabelecimentos de saúde e em grandes eventos culturais ou desportivos e discotecas passou a ser exigida a apresentação de teste de deteção do vírus SARS-CoV-2 com resultado negativo, uma medida que se aplica mesmo a pessoas vacinadas contra a covid-19.