A Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, I.P. (Infarmed) solicitou à indústria farmacêutica um reforço da produção em 20% de medicamentos mais utilizados no contexto da pandemia e de dois especificamente, sem indicação terapêutica para a covid-19, mas a ser usados nos doentes mais graves.
Esta informação foi avançada na conferência de imprensa diária na Direção-Geral da Saúde (DGS), pelo presidente do Infarmed, Rui Ivo, que adiantou que o pedido de aumento de produção de medicamentos foi feito à indústria farmacêutica, tal como aconteceu noutros países europeus, e que esse apelo foi correspondido.
Segundo Rui Ivo, “o aumento foi no sentido de, para aqueles medicamentos que podem ser mais utilizados neste contexto, reforçarmos os stocks em 20%. Adicionalmente quisemos também criar algum reforço em termos de reserva estratégica, algumas quantidades adicionais que estão armazenadas a nível central”.
O presidente do Infarmed especificou que a questão do reforço da reserva da estratégica incide sobretudo em dois medicamentos, a hidroxicloroquina e a conjugação de dois antirretrovirais: Lopinavir e o Ritonavir, pois apesar de não estarem autorizados como terapêutica no caso da covid-19, disponibilizam a pedido do médico.
Rui Ivo aproveitou ainda para se referir à portaria publicada com o objetivo de evitar deslocações desnecessárias, sobretudo dos doentes crónicos, às unidades de saúde para renovar receitas médicas, tendo sido criado um regime excecional de prescrição eletrónica e de extensão da validade das receitas para enquanto durar o período de emergência.
Para além disso, o presidente do Infarmed falou ainda do sistema criado, com o apoio da Ordem dos Médicos, da Ordem dos Farmacêuticos e das associações de doentes, que permite a articulação entre farmácias hospitalares e farmácias comunitárias para permitir aos doentes crónicos receber a medicação em casa.
“Tudo isto vai facilitar a que estes doentes não tenham interrupção de terapêuticas, particularmente neste período em que devem estar em casa”, concluiu Rui Ivo.