Segundo dados da Ordem dos Farmacêuticos, a Linha de Apoio ao Farmacêutico (LAF) recebeu mais de 7.000 chamadas em dois meses.
Esta linha, criada pela Ordem dos Farmacêuticos (OF), em parceria com as associações ligadas ao setor, para apoiar os farmacêuticos durante a pandemia de covid-19, desde que entrou em funcionamento, a 16 de março, e até 18 de maio, recebeu 7.095 chamadas.
Destas, 4.363 (61,5%) tiveram como motivo a dispensa de medicamentos hospitalares, 297 (4,2%) foram sobre equipamentos de proteção individual, 145 (2%) devido a desinfetantes a antissépticos, 106 (1,5%) sobre procedimentos perante casos suspeitos e 95 (1,3%) sobre procedimentos de medidas de prevenção.
De acordo com a bastonária da OF, Ana Paula Martins, a LAF foi criada na “primeira semana da emergência” e nas semanas seguintes as chamadas eram para responder a questões relacionadas com os equipamentos de proteção individual e as soluções desinfetantes, assim como sobre medicamentos, porque “as pessoas queriam comprar a medicação que ouviam dizer que era importante ter em casa por causa da covid”.
Estas declarações foram avançadas por Ana Paula Martins aquando da visita a uma farmácia em Benfica, em Lisboa, onde esteve acompanhada pelo bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, assim como de Paulo Cleto Duarte, presidente da Associação Nacional das Farmácias (ANF), aquando da entrega de máscaras no âmbito do movimento “Todos por quem Cuida”.
Na segunda semana foi criada a “Operação Luz Verde”, um serviço gratuito para os utentes e para os hospitais, que visa garantir que os doentes continuem a toma a medicação de dispensa hospitalar sem ter de se deslocar ao hospital. Esta dispensa é articulada pela LAF e efetuada pela farmácia escolhida pelos doentes, e desde que foi criada já foram aprovados 11.083 processos pelos hospitais para entrega de medicamentos em proximidade e que foram selecionadas pelos utentes 2.138 farmácias, de 273 concelhos do país, que já notificaram 5.379 dispensas de medicamentos, isto entre 23 de março e 10 de maio.
Este, segundo Ana Paula Martins, foi “um trabalho importantíssimo” ao qual a LAF esteve dedicada 90% no último mês e meio, e que termina oficialmente no fim do mês de maio.
Segundo a bastonária, este foi “um tempo excecional” em que médicos farmacêuticos, distribuidores, farmácias hospitalares e comunitárias e doentes estiverem todos “no mesmo barco”.
“Agora o Ministério da Saúde e o Infarmed terão que olhar para a experiência que tivemos”, para aquilo que os hospitais e os seus serviços farmacêuticos pensam fazer e para “as opções que os doentes experimentaram e que querem continuar a manter”, explicou Ana Paula Martins.