O Sistema Nacional de Farmacovigilância (SNF) registou um total de 24.624 reações adversas às vacinas contra a covid-19. Trata-se de um caso em cada mil inoculações, indicou o Infarmed.
“Face ao número total de vacinas administradas, verifica-se que as reações adversas às vacinas contra a covid-19 são pouco frequentes, com cerca de um caso em mil inoculações, um valor estável ao longo do tempo”, refere o relatório do Infarmed sobre a monitorização da segurança das vacinas em Portugal.
De acordo com o documento, até 31 de maio foram administradas cerca de 24,1 milhões de vacinas contra o coronavírus SARS-CoV-2 e registados 24.624 casos de reação adversa (RAM), entre os quais 7.956 considerados graves. “Dos casos de RAM classificados como graves, cerca de 83% dizem respeito a situações de incapacidade temporária (incluindo o absentismo laboral) e outras consideradas significativas pelo notificador”.
No que diz respeito ao total de casos graves, 131 (0,5%) foram de morte, que “ocorreram num grupo de indivíduos com uma mediana de idades de 77 anos”, refere ainda o relatório, que ressalva, porém, que estes “acontecimentos não podem ser relacionados com uma vacina contra a covid-19 apenas porque foram notificados de forma espontânea ao Sistema Nacional de Farmacovigilância”.
Na faixa etária entre os 5 e 11 anos, os 48 casos notificados como graves referem-se na sua maioria a situações já descritas na informação das vacinas, como febre, vómitos, diarreia, mal-estar e cefaleia, e foram notificadas duas miocardites que evoluíram positivamente para cura. Já no grupo dos jovens entre os 12 e os 17 anos, a maioria dos 117 casos considerados graves estavam relacionados com síncope ou pré-síncope e reações alérgicas, mas todos tiveram evolução positiva e sem sequelas.
Os dados do Infarmed indicam ainda que o maior número de reações adversas foi registado em pessoas que receberam a vacina Comirnaty, a mais utilizada em Portugal, com 12.741 casos, mas estes dados “não permitem a comparação dos perfis de segurança entre vacinas”. Existe uma maior preponderância de notificação de RAM por parte do género feminino, “o que é a tendência normal de notificação para qualquer outro medicamento”.
Das RAM mais notificadas constam febre, dor de cabeça, dor muscular, fadiga, calafrios, náusea, dor articular, dor generalizada, mal-estar geral, tonturas, aumento do volume dos gânglios linfáticos, vómitos e fraqueza.