Mais de metade das crianças, dos 10 aos 17 anos, na União Europeia (UE), ainda não têm vacinação completa contra a covid-19.
De acordo com um relatório publicado pelo Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC, na sigla inglesa), “mais de metade dos adolescentes dos 10 aos 17 anos de idade ainda não completaram a vacinação primária”, embora exista “um nível muito elevado de proteção contra infeções, doenças sintomáticas e doenças graves”, nesta faixa etária.
Até ao final de janeiro, cerca de seis meses após o início da administração de vacinas aos adolescentes na União Europeia e Espaço Económico Europeu (UE/EEE), a vacinação “entre adolescentes com idades compreendidas entre os 15 e os 17 anos foi de 70,9% – com um intervalo de 17,9% a 92,6% conforme os países – e entre os 10 e os 14 anos de idade foi de 34,8% – com um intervalo de 3% a 63,8% -, com ampla heterogeneidade entre os países”, indica o relatório.
De momento, todos os países da UE/EEE recomendam a vacinação contra a covid-19, de adolescentes entre os 12 e os 17 anos de idade e, destes, 10 países também recomendam uma dose de reforço para menores de 18 anos.
Na UE, a dose de reforço está autorizada apenas para a população adulta, mas a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) já divulgou estar a avaliar um pedido da Pfizer/BioNTech para dose de reforço a adolescentes dos 16 aos 17 anos, prevendo solicitação semelhante para idades entre os 12 e os 15 anos.
No relatório divulgado, o ECDC admite uma dose de reforço para esta faixa etária, indicando que “os resultados preliminares sugerem um aumento da eficácia da vacina contra a infeção por SARS-CoV-2 em adolescentes que receberam um reforço em comparação com adolescentes que completaram” a vacinação primária.
Contudo, o ECDC aconselha a que, “nesta fase, deve ainda ser dada prioridade à conclusão das séries primárias na população elegível e à administração de doses de reforço aos grupos prioritários, antes de se considerar dar doses de reforço a adolescentes com idades entre os 12 e os 17 anos sem condições subjacentes”.
Relativamente à propagação da doença, o ECDC indica no relatório que o número de casos notificados entre crianças dos 12 aos 17 anos “aumentou constantemente desde julho de 2021, refletindo em grande parte o aumento da taxa de notificação observado em todos os grupos etários durante as vagas Delta e Ómicron”, sendo que o risco de internamento ou morte “continua a ser muito baixo”.