A ministra da Saúde reiterou a confiança nas vacinas, em declarações após a reunião de especialistas que decorreu no Infarmed.
“O vírus continua a estar presente no espaço europeu”, afirmou, frisando que, por isso, não podem ser aliviadas as medidas de prevenção.
Questionada sobre a paragem na vacinação com a vacina da AstraZeneca, a ministra sublinhou que se tratou de “uma pausa” e não de “uma suspensão”, reiterando a confiança nas vacinas.
“Qualquer vacina, ou qualquer medicamento, passa por uma avaliação da agência europeia do medicamento [EMA] que tem décadas de trabalho confiável e transparente”, afirmou a governante, lembrando que o que Portugal fez foi seguir as recomendações da EMA.
“As vacinas são seguras. Têm, como qualquer medicamento, um contexto de indicações e restrições e os países têm de as seguir”, afirmou.
Em relação à vacina da AstraZeneca, a ministra explicou que Portugal teve inicialmente uma restrição etária, apenas enquanto aguardava mais estudos, tendo depois passado a aplicar também a vacina ao grupo etário acima dos 65 anos.
“Depois, enquanto a EMA fazia uma avaliação complementar fizemos uma pausa no processo. A informação foi depois conhecida, a agência europeia do medicamento disse que os benefícios desta vacina superam os riscos e que as eventuais ocorrências em pessoas vacinadas – a terem correlação causal, o que ainda não está confirmado – são raras no contexto dos milhões de vacinados, chamando a atenção para os profissionais de saúde e as próprias pessoas estarem atentos, como devem estar atentos à toma e efeito de qualquer medicamento”, explicou.
“O processo não foi suspenso. Foi posto em pausa. Há uma diferença de conteúdo”, insistiu.
A governante disse ainda que o plano é agora recuperar os dias de atraso na administração, frisando: “Naturalmente que acreditamos que a melhor forma de ganhar credibilidade é comunicar com transparência”, disse.
Quanto à situação epidemiológica, a ministra disse que se mantém estável, com tendência decrescente no número novos casos, nos internamentos e na letalidade e sublinhou que “não há inquéritos epidemiológicos em atraso”.
Chamou ainda a atenção para o contexto europeu, com vários países com uma incidência elevada e riscos efetivos de transmissão elevados, o que considerou “adverso e preocupante”.
“Tendo em conta o contexto europeu, relativamente ao qual Portugal está em contraciclo, com o risco efetivo [de transmissibilidade] a aumentar, ainda que a níveis abaixo de 1 e num contexto de prevalência da variante inglesa de 70%, deveremos manter atenção elevada e especial precaução relativamente à forma como abordamos as próximas semanas”, afirmou.
Disse ainda que o importante é manter risco efetivo transmissão e os níveis incidência controlados: “Se não acontecer corremos o risco de não andar para afrente ou de ter de voltar para trás”, avisou.
“Esperamos conseguir manter níveis de risco de transmissão e, sobretudo, de incidência que permitam continuar a progredir, mas temos de estar atentos e isso envolve todos”, concluiu.