A Ordem dos Farmacêuticos (OF) denunciou as “represálias do Conselho Diretivo do INEM” ao responsável pela Unidade Pré-Hospitalar dos Serviços Farmacêuticos que questionou a direção do Instituto sobre eventuais irregularidades na administração de vacinas contra a covid-19.
Em comunicado, a OF referiu que o farmacêutico “não esteve envolvido no processo de preparação e administração da primeira toma de vacinas contra a covid-19 aos colaboradores do INEM” e, opondo-se à “administração indiscriminada das sobras das vacinas”, acabou por ser afastado.
“A Ordem dos Farmacêuticos lamenta a falta de resposta e desresponsabilização do Conselho Diretivo do INEM face a um dos seus colaboradores, dando sem efeito um pedido de consolidação de mobilidade, cujo prazo de duração havia há muito terminado e ao qual as restantes partes já haviam dado acordo, visando desta forma o afastamento do farmacêutico, que se vê assim impedido de exercer as suas funções”, acusou a Ordem.
A OF sublinhou que vai acompanhar todas as diligências em curso, prestando apoio jurídico a todos os seus membros, e que até às conclusões do inquérito, “considera totalmente inadmissível o afastamento prematuro, e sem informação prévia, deste farmacêutico”, apelando ao Conselho Direito “para repor a ilegalidade neste processo e garantir o direito ao trabalho”.
Na quarta-feira, em resposta a pedidos de esclarecimentos da Lusa, o INEM confirmou que decidiu prescindir dos serviços do responsável pela sua Unidade Pré-Hospitalar dos Serviços Farmacêuticos, Nuno Ferreira, um profissional do Infarmed – Autoridade do Medicamente, que estava no instituto em regime de mobilidade.
“O profissional em questão encontrava-se em regime de mobilidade no INEM, tendo sido entendimento do Instituto fazer cessar essa mobilidade. O trabalhador regressará assim ao organismo de origem”, refere o instituto, sem entrar em detalhes.