A Ordem dos Farmacêuticos (OF) garantiu não ter notificação de doentes que tenham ficado sem a medicação garantida pelas farmácias de hospitais, devido à pandemia de covid-19.
“Não temos nenhuma notificação de que haja um único doente neste país que não tenha o seu medicamento que habitualmente é cedido na farmácia hospitalar. Dialogamos com as associações de doentes permanentemente. E temos insistido junto dos hospitais e da tutela para que o circuito do medicamento não falhe. Não tenho nenhuma informação – e teria com certeza se isso acontecesse – de falhas no circuito do medicamento no Sistema Nacional de Saúde (SNS)”, indicou a bastonária da OF, Ana Paula Martins, à agência Lusa.
A bastonária adiantou ainda que está “muito segura” de que “os farmacêuticos estão a garantir a segurança nos circuitos, mas também na cedência de medicamentos quer no hospital, quer para fora do hospital”.
Inclusive avançou foram “encontradas alternativas também para os doentes que moram mais longe e são mais vulneráveis”, com a ajuda não só das farmácias comunitárias, mas também das associações de doentes, municípios e outras organizações sociais.
No que respeita à produção de medicamentos, a bastonária indicou que “neste momento não temos mais falhas do que as que tivemos antes [da covid-19]. Tivemos um reforço da capacidade de produção da indústria, temos 15 fábricas da indústria farmacêutica em Portugal a produzir de dia e de noite para garantir ‘stocks’ acima do habitual”.`
Relativamente às falhas existentes em tratamentos de oncologia, a bastonária admitiu que existiram alguns impactos, que está a “acompanhar”.
“No IPO [Instituto Português de Oncologia], o que me foi relatado é que houve menos início de novos tratamentos porque houve menos referenciação, mas em termos de hospital de dia no caso do IPO não houve grande modificação. Acredito que em outros hospitais, como este que é de referência covid no Norte do país, tenha existido outro tipo de impactos. A menor referenciação, preocupa-me naturalmente, mas acompanhamos a situação”, concluiu Ana Paula Martins.