Segundo um estudo do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), a resposta imune é mais forte em pessoas que recuperaram de covid-19, após uma dose de vacina, do que após toma de duas doses por quem nunca foi infetado.
O trabalho, levado a cabo sobre a resposta imune celular (mediada por linfócitos T) e mediada por anticorpos à vacina contra a covid-19, ao longo do tempo, foi aceite para publicação na revista científica internacional Clinical and Experimental Medicine.
Segundo a agência Lusa, O CHUC analisou 100 funcionários, sendo que 50 nunca foram infetados por SARS-CoV-2 e os restantes 50 são pessoas que recuperaram da doença.
Os dados mostraram que a resposta imune é muito mais forte em indivíduos recuperados da infeção após uma dose de vacina, do que em indivíduos que nunca foram infetados por SARS-CoV-2, após a toma de duas doses.
Seis meses após a infeção por SARS-CoV-2, 48 dos 50 participantes recuperados da infeção mantinham proteção contra o vírus, ou pela presença de anticorpos IgG, ou por linfócitos T específicos. Já oito dos 50 participantes não apresentavam linfócitos T específicos para SARS-CoV-2.
Após a administração de uma dose da vacina aos indivíduos recuperados da infeção, verificou-se um aumento notável dos níveis de anticorpos IgG e IgA, e de linfócitos T específicos para SARS-CoV-2.
Relativamente aos oito indivíduos que não apresentavam linfócitos T específicos para o vírus, sete deles desenvolveram-nos após a vacina. No entanto, estes oito indivíduos apresentaram uma resposta imune consideravelmente mais fraca do que os restantes, levando-nos estes dados a colocar a hipótese de ser possível detetar precocemente indivíduos com fraca resposta à vacina e que, por isso, possam beneficiar de doses de reforço.
Com este estudo, verificou-se também que as pessoas que tinham sido infetadas há seis meses ainda apresentavam níveis baixos de linfócitos Tfh, no entanto, uma dose de vacina revelou-se suficiente para restabelecer os níveis destas células.