De acordo com um estudo realizado, denominado por “Sex differences in immune responses that underlie covid-19 disease outcomes”, e publicado na revista ciêntifica “Nature”, as respostas imunitárias à covid‐19 são diferentes em doentes do sexo masculino e feminino.
Para chegar a esta conclusão, o estudo comparou o plasma de 98 pacientes internados por covid‐19 com o dos profissionais de saúde não infetados dessa unidade hospitalar, tendo em conta o sexo masculino e feminino.
A análise identificou que os doentes do sexo masculino tinham níveis plasmáticos de citocinas imunes inatas mais elevados(IL‐8 e IL‐18), acompanhados de uma indução mais robusta de monócitos não clássicos. Por seu lado, as mulheres infetadas apresentaram uma resposta celular de células T bastante mais robusta.
Os cientistas descobriram que uma resposta diminuída das células T se correlacionou negativamente coma idade e associou‐se a pior evolução da doença, mas apenas nos homens. No que concerne às citocinas imunes inatas, o efeito foi inverso, com níveis elevados correlacionando‐se com evolução clínica menos favorável e pior prognóstico nas mulheres.
Estes dados sugerem que vacinas e terapêuticas para elevar a resposta imune das células T ao SARS‐CoV‐2 podem ser desejáveis para pacientes do sexo masculino, enquanto as doentes do sexo feminino podem beneficiar de terapêuticas que amortecem a ativação imune inata no início da doença.
Conclui-se então que o panorama imunológico em pacientes com covid‐19 é diferente entre mulheres e homens, e essas diferenças podem estar subjacentes ao aumento da suscetibilidade à covid‐19 em pacientes do sexo masculino.
Pode consultar o estudo aqui.