COVID-19 transforma os desafios da Medicina Personalizada para 2020 727

A atual situação de pandemia que o mundo está a sofrer devido ao coronavírus SARS-CoV-2 está a transformar irremediavelmente qualquer previsão que seria estabelecida para 2020 na maioria dos setores. Ainda mais no campo da saúde, onde estão a ser desenvolvidos esforços para acabar com esta situação. No caso da medicina personalizada, este ano esperava-se resolver desafios tecnológicos, sociais, legais, éticos e de Saúde.

Do ponto de vista da investigação, perfilavam-se avanços no CRISPR/Cas9, uma ferramenta molecular para editar ou corrigir o genoma de uma célula, e também num uso mais eficiente e combinado das chamadas ciências ‘ómicas’: genómica, metabolómica, epigenómica etc. que, mesmo tendo já vários anos de trabalho, na verdade ainda estão no início da sua jornada.

Empresas como a OncoDNA, companhia especializada em medicina de precisão para o tratamento e diagnóstico do cancro, continuam a trabalhar para promover novos avanços nesta última área. A OncoDNA tem-se dedicado ao longo dos anos à análise genómica de amostras de doentes com cancro, tecido e sangue (biópsia líquida), para oferecer mais informações sobre o perfil genético de cada tumor aos especialistas e, assim, determinar a terapia mais apropriada para o tratamento do doente.

Nos últimos 12 meses, e graças ao seu trabalho contínuo em I+D+I, a OncoDNA expandiu o número de genes analisados nos seus testes, alcançando os seus painéis de biópsia sólida OncoDEEP e OncoSTRAT&GO até 313 e, inclusive, combinando análise de tecidos com biópsia líquida em tumores sólidos em estadio IV, além de incorporar novos biomarcadores essenciais para conhecer as peculiaridades que podem ocorrer em cada doente.

Pendentes de todas as novidades

Da mesma forma, os investigadores da OncoDNA continuam atentos às diferentes publicações que estão a surgir nas revistas de maior prestígio do mundo no campo da oncologia para melhorar os seus serviços. Um exemplo disso foram as alterações adotadas há alguns meses no seu teste OncoSTRAT&GO.

Esta nova versão inclui o estudo de mutações na linha germinativa nos genes ATM, BRCA1 e BRCA2, bem como noutros genes das vias envolvidas na recombinação homóloga, que também podem ser tratados com inibidores da PARP. Uma solução que já está disponível e é especialmente útil em doentes com cancro da mama, ovário, próstata, pâncreas e triplo negativo.

A partir dos seus laboratórios e com a colaboração de diferentes hospitais e centros especializados em oncologia em todo o mundo, a OncoDNA também está a trabalhar nessa combinação de ciências ‘ómicas’, que poderiam oferecer uma visão muito mais individualizada do perfil molecular de cada doente, melhorando assim as suas perspetivas de sucesso contra o cancro. Além de poder transformá-las numa ferramenta eficaz para prever e assumir estratégias de intervenção preventiva.

Mais avanços em big data

O processamento de grandes quantidades de dados também continuará a ser fundamental no campo da medicina personalizada. E cada vez mais, levando em conta que a evolução progressiva das ciências ‘ómicas’ exigirá tecnologias que traduzam os seus resultados num idioma compreensível para os profissionais de saúde.
No caso oncológico, começam a surgir aplicações informáticas capazes de processar e traduzir em muito pouco tempo uma grande quantidade de informação genética oferecida por cada análise genómica. Como na OncoKDM, uma plataforma inteligente de interpretação genómica on-line que responde às necessidades mais imediatas dos oncologistas, patologistas e outros especialistas em biologia molecular.

“A plataforma é capaz de reunir todas as informações recolhidas sobre um doente, como os resultados de qualquer tecnologia genómica, dados de patologia molecular ou informações clínicas, analisando-as e interpretando-as efetivamente a nível clínico e biológico em poucos minutos. Dessa forma, facilita a tomada de decisão do oncologista na escolha da terapia ideal para o doente ou na procura de ensaios clínicos disponíveis no seu país de origem”, explica Adriana Terrádez, diretora da OncoDNA para Espanha e Portugal.

Espera-se que soluções como as de testes genómicos ou softwares e plataformas para o processamento e interpretação de dados genómicos continuem a evoluir no futuro, a fim de melhorar o atendimento aos doentes oncológicos e tomar as decisões mais adequadas em cada caso. Nesse sentido, trabalha-se todos os dias para que as novidades cheguem o mais rápido possível. Mesmo nestes tempos de incerteza.