Covid-19: Vacina da Janssen sem restrições, mas Portugal aguarda mais pareceres 831

A ministra da Saúde disse que não há qualquer restrição à utilização da vacina da Janssen e que as autoridades nacionais seguirão as recomendações da Agência Europeia de Medicamentos e aguardam a análise da comissão técnica de vacinação.

“O Plano de vacinação é focado nos mais de 70 anos. Neste momento não há qualquer restrição desta vacina neste grupo etário”, disse Marta Temido, em conferência de imprensa.

Na terça-feira, a Agência Europeia do Medicamento (EMA) concluiu que há uma possível relação entre a formação de coágulos sanguíneos e a vacina da Janssen, na sequência de terem sido registados oito casos de pessoas que desenvolveram coágulos sanguíneos em quase sete milhões de pessoas vacinadas nos EUA.

Estes casos dizem respeito a mulheres com idades entre os 18 e os 49 anos, um dos quais fatais, e foram reportados cerca de três semanas após serem vacinadas. Ainda assim, o regulador europeu garantiu que os benefícios gerais da administração da vacina norte-americana continuam a superar os riscos.

Em resposta aos jornalistas, a ministra disse que “a comissão técnica de vacinação contra a covid-19 está ainda a analisar e a rever as decisões da EMA para verificar se há ajustamentos a fazer na aplicação da vacina” em Portugal.

Marta Temido insiste que a EMA voltou a dizer que apesar das reações conhecidas, a relação risco-beneficio é vantajosa, acrescentando que os oito casos raros aconteceram nos Estados Unidos maioritariamente em mulheres com menos de 60 anos.

A ministra adiantou que foi pedida uma avaliação mais apurada relativamente aos grupos etários e também para decidir a propósito da segunda toma dos que levaram a primeira dose da Astrazeneca e têm menos de 60 anos.

Esta informação pedida pelas autoridades portuguesas deverá ser conhecida até ao final da semana.

“Estamos dependentes destas decisões”, frisou Marta Temido.

O presidente do Infarmed, Rui Ivo, sublinhou a importância de ter um sistema de monitorização a funcionar em pleno para dar segurança às pessoas e disse ainda que haverá uma aceleração nas entregas das vacinas da BioNtech/Pfizer e Moderna que estavam previstas para o quarto trimestre, embora na Moderna sejam quantidades mais reduzidas.

O responsável adiantou que, no caso da Janssen, haverá um aumento das entregas, explicando que até final de abril serão entregues mais de 100.000 vacinas e até final de junho 1,7 milhões.