A primeira associação portuguesa de apoio exclusivo à interrupção voluntária da gravidez (IVG) foi hoje anunciada, sob o nome ESCOLHA, e tem ações previstas junto da comunidade, como articulação com escolas, palestras e mentoria.
O objetivo da associação sem fins lucrativos, com sede em Lisboa, é o acompanhamento didático, promover o acesso à informação, criar pontes com especialistas de apoio psicológico, entre vários outros serviços gratuitos, segundo a informação hoje divulgada, em comunicado, citado pela Lusa.
A ESCOLHA proporciona acompanhamento a consultas e faz a ponte para contactos e terapia psicológica, bem como apoio informativo para mulheres que, encontrando-se nesta situação, não sabem onde se dirigir e como proceder a partir do momento em que sabem que estão grávidas.
“Uma mulher é mãe quando, como e SE quiser”, destacou a associação.
A equipa apresentou-se como “um coletivo de mulheres para mulheres”. De acordo com a fundadora, Patrícia Cardoso, o objetivo é “lutar contra o estigma” de optar por uma IVG.
Citando dados de 2023 da Inspeção-Geral das Atividades em Saúde, a organização sublinhou que 28,9% dos hospitais públicos não assegura a consulta de IVG voluntária.
“Estas instituições referenciam a mulher para outras unidades do Serviço Nacional de Saúde (SNS), ou para unidades privadas, naquilo que é uma grave violação da lei e um entrave à liberdade feminina”, lê-se no documento.
“Em Portugal, existem associações de planeamento familiar, de educação para a sexualidade ou de apoio à mulher, mas, até hoje, ainda não tinha sido criada uma entidade que se dedicasse exclusivamente ao acompanhamento e empoderamento de todas aquelas que optem por uma IVG”, sustentou a nova associação.