A Cruz Vermelha de Cabo Verde (CVCV) vai lançar hoje, no terreno, uma campanha de prevenção da dengue, tendo 30.000 pessoas como população alvo, incluindo nas comunidades mais remotas das ilhas, anunciou a organização.
O país registou quatro mortes e mais de 13.000 casos acumulados num ano (maioritariamente na Praia, capital), com os sucessivos surtos a acelerarem nos últimos meses, durante a estação das chuvas, propícia à propagação dos mosquitos que espalham o vírus.
Com o apoio da Federação Internacional da Cruz Vermelha, as estruturas locais da organização vão ter um plano de 50 milhões de escudos (452 mil euros) e contribuir para a resposta nacional, que pretende erradicar a dengue até janeiro.
“Pretendemos mobilizar cerca de 300 voluntários para as diversas atividades”, que incluem formação, trabalhos no terreno (limpeza, saneamento) e distribuição de ‘kits’ de prevenção da doença, adiantou o presidente da CVCV, Arlindo de Carvalho, em outubro, à Lusa.
Os kits de prevenção a entregar incluem sacos de lixo, luvas descartáveis, ancinhos (para limpar terrenos) e sabão.
A Cruz Vermelha vai também distribuir pulverizadores para afastar mosquitos, dando formação a quem ficar responsável pelos equipamentos nas comunidades.
Mas grande parte das atividades vai incidir na formação e sensibilização, para que a população crie hábitos de higiene e limpeza, por forma a evitar a acumulação de lixo, que se torna num foco de mosquitos.
“A Cruz Vermelha tem a experiência e as ferramentas”, justificou Arlindo Carvalho.
No início de outubro, o Governo cabo-verdiano declarou situação de contingência em todo o país durante dois meses, devido ao risco de aumento de casos, na época das chuvas.
A temporada de precipitação já terminou e as autoridades esperam que já tenha sido atingido o pico de casos da doença.
Febre, dor de cabeça, dores musculares e nas articulações, a par de inflamações na pele, fazem parte dos sintomas da infeção que, nos casos mais graves, pode evoluir para dengue hemorrágica e, no limite, causar a morte.