Dizem que a profissão de farmacêutico acompanhou a evolução da Humanidade, sendo a história da arte de curar tão antiga como a do Homem. Começou na Antiguidade de forma rudimentar e empírica. Os textos antigos relatam o emprego de plantas e substâncias de origem animal, para fins curativos, desde o período do Paleolítico. Os chineses preparavam já há mais de 2.600 anos remédios extraídos das plantas. Também os egípcios o faziam, juntamente com sais de chumbo, cobre e unguentos feitos com gordura animal (hipopótamo, crocodilo e cobra). A origem da atividade farmacêutica remonta ao séc. X, com as chamadas boticas ou apotecas. O boticário era responsável pelo tratamento e cura das doenças, sendo a medicina e a farmácia uma só profissão. Somente no séc. XVIII estas atividades foram diferenciadas, cabendo ao médico o diagnóstico da doença e ao boticário a manipulação dos medicamentos para a curar. A pesquisa sistemática de novos princípios ativos foi avançando, surgindo entretanto o 1.º tratado de Farmacologia e Toxicologia, bem como os primeiros laboratórios farmacêuticos. As boticas foram evoluindo até ao modelo de farmácia atual. A taça com a serpente enrolada é internacionalmente conhecida como símbolo da profissão farmacêutica. Este símbolo representa o poder (cobra) sobre a cura (taça). Tal como a serpente, que nos simboliza, mudamos de pele para podermos crescer e evoluir. Durante a 1.ª Guerra Mundial desenvolve-se a terapia antimicrobiana e a imunoterapia. A investigação na procura de medicamentos cada vez mais eficazes avança vertiginosamente. Os velhos manipulados dão lugar a medicamentos sofisticados, produzidos com elevados padrões de qualidade e inovação constantes, obrigando a uma atualização permanente dos nossos conhecimentos. Continuamos, no entanto, a preparar em pequena escala alguns manipulados, sobretudo nas áreas da dermatologia, pediatria e geriatria. Adaptámo-nos, evoluímos acompanhando a mudança, crescemos e continuaremos a crescer, pois a melhoria é contínua. Cristina Santos, |