Declarada emergência de saúde pública em África devido à Mpox 220

O Centro Africano de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC África) declarou “emergência de saúde pública”, o mais alto nível de alerta, face à epidemia do vírus Monkeypox (Mpox), conhecido por “varíola dos macacos”, em vários países do continente.

“O Mpox atravessou agora as fronteiras, afetando milhares de pessoas em todo o nosso continente (…). Anuncio, com o coração pesado, mas com um compromisso inabalável para com o nosso povo, para com os nossos cidadãos africanos, que estamos a declarar o Mpox uma emergência de saúde pública continental”, declarou o presidente do CDC Africa, Jean Kasenya, numa conferência de imprensa, segundo a Lusa.

“Esta declaração não é uma mera formalidade, é um claro apelo à ação. É o reconhecimento de que não podemos continuar a dar-nos ao luxo de ser reativos. Temos de ser proativos e agressivos nos nossos esforços para conter e eliminar este flagelo”, acrescentou.

Este anúncio, que permitirá desbloquear fundos para o acesso às vacinas e uma resposta continental, surge na véspera de uma reunião do comité de emergência da Organização Mundial da Saúde (OMS) para avaliar se deve ser declarado o nível mais elevado de alerta sanitário a nível internacional, em resposta a esta doença.

Desde janeiro de 2022, foram registados 38.465 casos em 16 países africanos, com 1.456 mortes, incluindo um aumento de 160% dos casos em 2024 em comparação com o ano anterior, de acordo com dados publicados na semana passada pelo CDC África.

O continente enfrenta a propagação de uma nova estirpe, detetada na República Democrática do Congo (RDCongo) em setembro de 2023 e apelidada de “Clade Ib”, que é mais mortal e mais transmissível do que as estirpes anteriores, provocando erupções cutâneas em todo o corpo, enquanto as estirpes anteriores se caracterizavam por erupções e lesões localizadas na boca, no rosto ou nos órgãos genitais.