A ministra da Saúde vai hoje ao parlamento prestar esclarecimentos sobre a dimensão do anterior diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde, o plano de emergência para o setor e a situação do INEM, refere a Lusa.
Estas são das algumas matérias que têm marcado os primeiros dois meses de funções de Ana Paula Martins e que motivaram pedidos de audição na Comissão de Saúde por parte das bancadas parlamentares do PS, do Chega e do PSD.
Os socialistas pretendem ouvir a ministra sobre a demissão apresentada por Fernando Araújo no final de abril, depois de liderar a comissão executiva do Serviço Nacional de Saúde durante cerca de 15 meses, alegando que não queria ser um obstáculo ao Governo nas políticas e nas medidas que considerasse necessárias implementar.
O médico já foi também ouvido pelos deputados em 22 de maio, no mesmo dia em que o Ministério da Saúde anunciou que o médico António Gandra d’Almeida tinha sido o escolhido para coordenar este órgão que tem a função de gerir em rede as várias unidades que compõem o Serviço Nacional de Saúde.
Ana Paula Martins vai ainda explicar aos deputados o recente plano de emergência para a Saúde, aprovado pelo Governo na última semana, e que é composto por 54 medidas urgentes, prioritárias e estruturais divididas por cinco eixos.
Na apresentação do documento, o primeiro-ministro anunciou que o plano pretende esgotar os recursos do SNS até ao limite, mas contando também com os setores social e privado, de forma complementar, para melhorar a resposta de cuidados aos utentes.
Luís Montenegro afirmou que, como este conjunto de medidas, o Governo não pretende “vender a ilusão” que as dificuldades do SNS se vão resolver rapidamente, alegando que o setor enfrenta problemas “profundos e estruturais” acumulados ao longo de anos.
A situação financeira e operacional do INEM será ainda explicada por Ana Paula Martins, numa audição a pedido do Chega que vai decorrer no dia seguinte ao presidente do instituto ter admitido que a degradação do serviço “é inegável” e defendido a necessidade de um reforço orçamental.
Na Comissão de Saúde, Luís Meira garantiu que não está “agarrado ao lugar” e que, se a ministra da Saúde entender demiti-lo, deixa as funções “sem qualquer problema”.