Demissão de Marta Temido era expectável, mas traz extrema preocupação ao SNF 607

É com “extrema preocupação” que o Sindicato Nacional dos Farmacêuticos (SNF) olha para a demissão de Marta Temido, pois vem adiar um conjunto de “problemas” a serem resolvidos no setor.

“O sindicato preparava-se para tomar posições fortes” relativamente aos “problemas dos farmacêuticos no SNS”, explica ao Netfarma o presidente do SNF, Henrique Reguengo. Para o dirigente “esta demissão era expectável”, uma vez que a ministra da Saúde “estava cada vez com menos condições para chegar a acordos com os profissionais: trata-se de uma questão de confiança” que se perdeu, acredita o responsável sindical.

Contudo, a preocupação do presidente do SNF não se prende com a mudança no ministério, algo comum “em todos os países e governos”, mas antes que essa alteração “não tenha sido acautelada ou pelo menos prevista”. Com António Lacerda Sales, secretário de Estado Adjunto e da Saúde, e Maria de Fátima Fonseca, secretária de Estado da Saúde no ministério, agora sem uma tutela, Henrique Reguengo assume que estes não irão “assumir compromissos” que depois não possam ser acompanhados por quem chefiar a pasta da Saúde.

“Os farmacêuticos estão numa situação em que não é possível adiar a resolução dos seus problemas e esta indefinição torna as coisas ainda mais difíceis”, continua, ao reiterar “uma situação explosiva” para um conjunto de profissionais que se sentem “extremamente revoltados” com o estado do setor.

Para o presidente do SNF, “a situação remuneratória dos farmacêuticos face às suas qualificações académicas e profissionais e face às responsabilidades que assumem no SNS está absolutamente desadequada”, ao contrário de outros profissionais “que têm vindo a ter essa correção” salarial. Este é um dos temas-chave para Henrique Reguengo, e que deverá ser atrasado com a mudança no ministério.

Ministra da Saúde demite-se porque “deixou de ter condições”

A ministra da Saúde, Marta Temido, apresentou na madrugada desta terça-feira a demissão por entender que deixou de ter condições para exercer o cargo, demissão que foi aceite pelo primeiro-ministro, António Costa.