23 de Dezembro de 2015 Os presidentes da ARSLVT, do centro Hospitalar de Lisboa Central e do Centro Hospitalar Lisboa Norte demitiram-se ontem, na sequência da morte de um homem no Hospital de São José, em Lisboa, por falta de um neurocirurgião. A demissão dos responsáveis da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT), Luís Cunha Ribeiro, do Centro Hospitalar Lisboa Central, Teresa Sustelo, e do Centro Hospitalar de Lisboa Norte, Carlos Martins, foi anunciada hoje ao princípio da noite no Ministério da Saúde, numa comunicação dos três responsáveis sem direito a perguntas dos jornalistas, avançou a “Lusa”. O jornal “Correio da Manhã” noticiou que David Duarte, de 29 anos, foi transferido de urgência para o Hospital de São José, devido a uma hemorragia cerebral resultante de um aneurisma, com indicação para ser operado de imediato, mas não o foi porque aquela unidade hospitalar não tinha um neurocirurgião disponível. Na comunicação, Luís Cunha Ribeiro adiantou que «foram tomadas medidas» para que situações análogas não voltem a acontecer. «A partir de agora, foi autorizado que passe a haver resposta para situações deste género. Hoje, doentes em situações semelhantes não terão o mesmo destino do que ocorreu há uma semana», declarou. Luís Cunha Ribeiro, que lamentou o ocorrido e endereçou condolências à família do jovem que morreu, disse que a ARSLVT solicitou ao conselho de administração do Centro Hospitalar Lisboa Central a instauração de um inquérito, o mesmo fazendo junto da Inspeção-Geral da Saúde. «Enquanto presidente da ARS e com responsabilidade em todos os hospitais [da ARS de Lisboa e Vale do Tejo] acabei de apresentar a minha demissão ao ministro da Saúde», disse a seguir, na curta declaração, explicando que não responderia a perguntas dos jornalistas por o caso estar a ser alvo de um inquérito. Os presidentes dos centros hospitalares Lisboa Central e Lisboa Norte, que também se demitiram e estavam presentes, não fizeram qualquer declaração. Cunha Ribeiro lamentou que, «nos últimos anos», não tivesse havido recursos humanos de forma a impedir a morte de pessoas por falta de assistência. |