Uma equipa de investigadores da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) desenvolveu uma nova geração de polímeros com propriedades antimicrobianas, o que constitui «mais um passo para a prevenção de infeções hospitalares», avança uma nota da instituição de ensino.
Esta investigação, cujos resultados obtidos foram publicados na revista científica “Biomacromolecules”, foi desenvolvida no âmbito de «um projeto que tem como objetivo final a invenção de um revestimento antibacteriano (uma espécie de verniz) para aplicação em unidades de saúde».
Os novos polímeros «demonstraram elevada atividade contra um vasto leque de estirpes indicadoras da atividade contra bactérias patogénicas e outras, ou seja, as bactérias foram exterminadas quando colocadas em contacto com os polímeros», explicam os coordenadores do estudo, Jorge Coelho e Paula Morais.
«Manipulando a estrutura do polímero, é possível garantir um desempenho eficaz face a um espetro alargado de bactérias, de forma completamente segura», destacam Jorge Coelho e Paula Morais, docentes dos departamentos de Engenharia Química e de Ciências da Vida da FCTUC, respetivamente.
Considerando o problema da resistência a antibióticos, esta investigação assume particular relevância uma vez que «permite eliminar as bactérias antes de acontecer a transmissão», explicam, sublinhando que, «como é sabido, uma larga maioria das infeções acontece em ambiente hospitalar, sendo por isso essencial investigar formas inovadoras de as prevenir e combater».
De acordo com o comunicado, «esta nova geração de polímeros demonstrou a capacidade de eliminar as bactérias, mesmo as mais resistentes, evitando a sua proliferação. É um método completamente seguro, que recorre a materiais biocompatíveis, inócuos para o ser humano».
O método de produção testado em laboratório é «aplicável à escala industrial, facilitando assim a sua introdução no mercado» e, «se tudo correr como o previsto, os investigadores estimam que o novo revestimento antimicrobiano possa entrar no circuito comercial dentro de dois a três anos», adianta a FCTUC.
Este estudo é financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia e conta com a colaboração da Faculdade de Engenharia do Porto.