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Descoberta proteína que impede transmissão da malária

25-Fev-2014

Cientistas do Centro de Investigação de Saúde Internacional de Barcelona (CRESIB) descobriram uma proteína, designada AP2-G, que impede a transmissão da malária, publicou ontem a revista científica britânica “Nature”.

A investigação revelou que a proteína AP2-G «atua como um interruptor no desenvolvimento do parasita da malária ao ativar a reprodução dos genes precoces dos gametócitos, formas sexuais do parasita, essenciais para a transmissão dos humanos para os mosquitos».

Segundo as informações divulgadas pelo CRESIB, centro de investigação criado em 2006, o estudo descobriu novas formas de interromper a transmissão da malária, também conhecida como paludismo, mediante a prevenção da formação e da maturação das etapas sexuais do parasita.

Alfred Cortés, que liderou parte do estudo, explicou que «no sangue, o parasita da malária encontra-se predominantemente na fase assexuada».

«A diferenciação sexual, que se ativa em alguns dos parasitas, é fundamental para transmitir a doença de um humano para um mosquito e iniciar novas infeções em outros humanos. Não é só necessário e fundamental curar os doentes afetados pela malária, mas também impedir a transmissão», disse o investigador.

Para a transmissão dos parasitas da malária de humanos para o mosquito é necessário, segundo explicou Cortés, que aconteça uma diferenciação das etapas assexuadas de replicação dos glóbulos vermelhos para as etapas sexuais (gametócitos masculinos e femininos).

«Descobrimos que a proteína AP2-G tem um papel chave no controlo da diferenciação sexual. Na fase assexuada dos parasitas no sangue, o gene que codifica a proteína AP2-G está “apagado” na maioria dos parasitas, mas é propenso à ativação espontânea», sublinhou ainda Cortés, citado pela “Lusa”.

O Plasmodium falciparum é um dos quatro parasitas da malária que podem afetar as pessoas e um dos mais perigosos, responsável pela chamada “malária cerebral”. A par do Plasmodium falciparum, as pessoas podem ser infetadas pelo Plasmodium vivax, pelo Plasmodium ovale e pelo Plasmodium malariae.

Na semana passada, a revista britânica especializada em medicina “The Lancet” publicou um relatório que revelou que cerca de 57% da população africana continua a viver em áreas de risco moderado ou elevado de malária.

O relatório, elaborado por investigadores do Instituto de Investigação Médica do Quénia, da Universidade de Oxford e do departamento regional da Organização Mundial de Saúde para a África, reuniu o maior número de sempre de estudos baseados na comunidade, cobrindo um total de 3,5 milhões de pessoas em 44 países africanos onde a malária é endémica desde 1980.