Despesas de saúde privada em Portugal com maior crescimento da OCDE 08 de Julho de 2015 As despesas de saúde privada em Portugal e na Grécia tiveram o maior crescimento da área da OCDE desde 2009 a 2013, significando já um terço da despesa total em saúde, segundo um relatório divulgado ontem.
As “Estatísticas de Saúde 2015” da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) mostram que a despesa de saúde continuou a tendência decrescente em Portugal, Grécia e Itália no ano 2013.
«A maioria dos países membros da OCDE da União Europeia indicou gastos com a saúde per capita abaixo dos níveis de 2009. Fora da Europa, estas despesas aumentaram a uma taxa de 2,5% ao ano desde 2010», refere a OCDE, citada pela “Lusa”.
Três quartos dos gastos com a saúde continuam a ser financiados por fontes públicas nos países da OCDE, «mas as medidas de contenção de custos tomadas por alguns estados levaram a um aumento do consumo privado», seja através de seguros de saúde ou de pagamentos diretos pela família.
«Na Grécia e em Portugal, a participação das despesas de saúde privada cresceu quatro pontos desde 2009, o que representa o maior aumento na área da OCDE, e significa que um terço da despesa total em saúde foi financiado por fontes privadas em 2013», refere uma síntese da organização.
A OCDE destaca mesmo que «alguns dos países mais atingidos pela crise tiveram aumentos significativos» nos pagamentos diretos no momento de utilização dos cuidados de saúde (pagamentos out-of-pocket).
Como exemplos surgem Portugal e a Grécia, que entre 2009 e 2013 viram as despesas de saúde privada aumentarem, respetivamente, para 28% e 31% do total.
Sobre os gastos gerais com saúde per capita, Grécia, Itália e Portugal são os países apontados como tendo quedas consecutivas nos últimos anos.
Na Grécia, a queda de 2,5% em termos reais em 2013 significou a quarta baixa consecutiva nas despesas de saúde, deixando os níveis per capita a cerca de 75% dos de 2009.
Já em Portugal e em Itália, os gastos com saúde decresceram por três anos consecutivos.
Em Portugal a despesa com saúde diminui 4,8% em 2010/2011, reduziu 5,8% em 2011/2012 e voltou a decrescer 3,7% em 2012/2013.
No global, dos 34 países que integram a OCDE, os gastos com saúde tiveram um aumento real de um por cento em 2013, acima dos 0,7% que tinham sido registados em 2012. Contudo, a organização salienta que as taxas de crescimento em 2013 se mantiveram bem abaixo dos níveis pré-crise: entre 2000 e 2009 o crescimento médio das despesas de saúde tinha atingido os 3,8%. |