DGS admite três mortes por infeção com superbactéria em Gaia 16 de Outubro de 2015 A Direção-Geral de Saúde (DGS) admitiu ontem que pelo menos três pessoas morreram em resultado da infeção pela bactéria multirresistente identificada no Hospital de Gaia mas assegura que «o surto está controlado» e a «evoluir para a resolução».
«Ocorreram oito óbitos em doentes portadores de Klebsiella pneumoniae, dos quais três resultaram da infeção por esta bactéria», refere comunicado da DGS ontem divulgado.
No centro hospitalar de Gaia foram identificados, desde 7 de agosto, 30 doentes portadores da bactéria multirresistente Klebsiella Pneumoniae, uma bactéria multirresistente que terá surgido em consequência do uso de antibióticos, é de rápida disseminação, transmite-se pelo toque, sobrevive na pele e no meio ambiente e desconhece-se a sua durabilidade.
Sobre o surto de infeção do hospital de Gaia, a DGS garante que «foi já identificado o mecanismo de resistência da bactéria» e que «o surto está controlado e a evoluir para a resolução».
Em comunicado assinado pelo diretor-geral da Saúde, Francisco George, é confirmado que desde o seu início «foram cumulativamente identificados 30 doentes portadores da bactéria» e que «atualmente estão internados 14 doentes nos quais foi isolada esta bactéria», citou a “Lusa”.
«No entanto, apenas um deles apresenta infeção», acrescenta.
Refere ainda que «dos 13 doentes que são portadores da bactéria sem terem infeção, oito foram identificados através da pesquisa ativa conduzida pela equipa do Centro Hospitalar Gaia/Espinho».
Segundo a DGS, aquela unidade «implementou medidas que permitiram a identificação precoce do caso índice [o primeiro], rastreio para identificação e isolamento de todos os doentes portadores ou infetados pela bactéria e estabeleceu medidas de controlo de infeção para evitar o aparecimento de novos casos de acordo com as normas do programa».
O hospital suspeita que a origem do surto tenha sido numa doente que fez vários ciclos de antibiótico e que partilhou, no dia 29 de junho, a mesma unidade de pós-operatório com o primeiro paciente infetado.
Os rastreios e análise do percurso dos outros pacientes arrancaram no final de agosto e o último doente portador foi identificado no rastreio efetuado na passada sexta-feira.
«As infeções hospitalares têm sido alvo de medidas preventivas e de controlo em todo o país, incluindo, naturalmente, aquela unidade hospitalar no âmbito do Programa de Prevenção e Controlo de Infeções de Resistência aos Microbiano», salienta a DGS, referindo ainda estar a acompanhar a situação «em colaboração estreita» com o centro hospitalar Gaia/Espinho. |