DGS aprova vacinação de crianças entre os 12 e os 15 anos com comorbilidades 600

A Direção-Geral da Saúde (DGS) recomendou a administração de vacinas contra a covid-19 em crianças entre os 12 e os 15 anos com comorbilidades.

“A DGS recomenda a vacinação prioritária dos adolescentes entre os 12 e os 15 anos de idade com comorbilidades associadas a doença grave”, anunciou a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, em conferência de imprensa.

A DGS indica que deve ser dada a possibilidade de vacinação a todas as crianças desta faixa etária por indicação médica e de acordo com a disponibilidade de vacinas.

Quanto à decisão sobre o acesso universal destas idades à vacinação, será analisada mais tarde.

“A DGS emitirá recomendações sobre vacinação universal de adolescentes dos 12 aos 15 anos logo que estejam disponíveis dados adicionais sobre a vacinação destas faixas etárias”, indicou Graça Freitas.

Segundo a diretora-geral da Saúde, a DGS decidiu “aguardar por mais informação, nomeadamente a nível da União Europeia” sobre a vacinação das crianças.

“Não é uma questão de vacinar ou não vacinar, mas do tempo em que essa decisão deve ser tomada e com toda a serenidade será tomada quando tivermos mais dados, nomeadamente dados da Europa. Basta haver países europeus que publiquem os seus dados, estudos científicos sólidos que nos indiquem uma direção, nós segui-la-emos”, explicou.

Graças Freitas acrescentou ainda que a lista de doenças crónicas que justificam a vacinação entre os 12 e os 15 anos já está preparada e pronta para ser publicada, para que os médicos possam fazer a recomendação de vacinação.

A vacinação universal continua, para já, a ser apenas recomendada a partir dos 16 anos, seguindo o plano de vacinação em curso que “tem como objetivo primordial vacinar sequencialmente e prioritariamente aqueles que mais beneficiam da vacinação”.

A diretora-geral da Saúde indicou ainda, que segundo os dados do segundo inquérito serológico do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), os cerca de 410 mil adolescentes entre os 12 e os 15 anos que se estima existirem atualmente em Portugal, “muitos já têm imunidade conferida pela infeção”.

“Por outro lado, há a referir que a vacinação em massa das pessoas que têm mais de 16 anos e que está já recomendada, é, de facto, uma arma potentíssima para proteger as crianças, pois ao retardar a circulação comunitária do vírus, estamos também indiretamente a proteger as crianças”, disse.

Quanto ao alerta da Agência Europeia do Medicamento (EMA) para casos de inflamações cardíacas detetados, como miocardite e pericardite, são efeitos raros, ligeiros e em estudo, ainda não detetados na União Europeia visto a vacinação dos mais jovens ser recente ou ainda não ter avançado.

“Aguardam-se resultados desta vacinação a curto prazo”, concluiu.