De acordo com o jornal “Público”, a Direção-Geral da Saúde (DGS) terá adquirido, à empresa Quilaban, três milhões de máscaras de tipo FFP2, com um certificado inválido.
Segundo aquele órgão de comunicação, a DGS encomendou à empresa, num contrato por ajuste direto, três milhões de máscaras de tipo FFP2. O contrato incluía ainda a aquisição de um milhão de máscaras cirúrgicas de tipo II.
As máscaras de tipo II já terão sido entregues na totalidade e metade das máscaras FFP2 foram entregues na passada quinta-feira, acompanhadas por um certificado CE emitido por uma entidade polaca, a ICR Polska, que garantia a conformidade das máscaras com as normas europeias de segurança e saúde.
Contudo, o “Público” indica que esta entidade informa, no seu site, que deixou de certificar produtos relacionados com a covid-19 a 26 de março e que decidiu anular todos os certificados emitidos durante esse mês, devido a inúmeras fraudes detetadas.
Através do seu diretor-geral, Sérgio Luciano, a Quilaban referiu ao “Público” existirem dúvidas no certificado, reforçando a “aparente qualidade” das máscaras e realçando que o fornecedor também disponibilizou “estudos de conformidade”, emitidos por um instituto chinês de certificação.
Sobre este assunto, o secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, afirmou na Conferência de Imprensa diária do passado domingo, que “os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, enquanto central de compras, já solicitaram esclarecimentos ao fornecedor. Essas máscaras não foram distribuídas e o pagamento não será efetuado enquanto não houver um cabal esclarecimento da situação”.
O Secretário de Estado acrescentou ainda que “as máscaras devem ser adquiridas com as respetivas normas preconizadas quer pelo Infarmed, quer pela DGS e Instituto Português da Qualidade, com a respetiva fiscalização da ASAE”.