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DGS suspeita que idosos tomem ansiolíticos em excesso

03 de Maio de 2016

A Direção-Geral da Saúde suspeita que os idosos estejam a tomar ansiolíticos em excesso, particularmente os que vivem em lares, esta desconfiança é também partilhada por múltiplos especialistas.

«Relativamente às pessoas idosas, há muitos ecos de que há medicação em excesso em casa e, sobretudo, nos lares. Há a presunção de que é frequente serem medicadas com mais do que é indicado pelo médico para não incomodarem», adianta Álvaro de Carvalho, diretor do programa nacional para a saúde mental da DGS.

Wolfgang Gruner, vice-presidente da Associação Portuguesa de Psicogerontologia, refere «há familiares de idosos institucionalizados que se queixam que os doentes estão sempre a dormir». Se realmente o problema existe, prossegue, «devia ser dada formação aos cuidadores e até aos médicos para que sejam encontradas soluções que não passem pela sedação», disse ao “DN”.

De acordo com o relatório Saúde Mental em Números 2015, publicado recentemente pela DGS, foi na faixa etária dos 65 aos 69 anos que se registou o maior consumo de ansiolíticos (mais de 30 milhões de doses diárias) em 2014, valores próximos daqueles que se observaram na população entre os 70 e os 79 anos. Quanto à utilização de antidepressivos, é também entre os 65 e 69 que há o maior consumo (quase 35 milhões de doses diárias).