DGS: Uso indevido de antibióticos está na origem da bactéria de Gaia 23 de Outubro de 2015 O diretor-geral da Saúde, Francisco George, explicou ontem que na origem do problema com a bactéria multirresistente detetada no Hospital de Gaia está «o uso indevido, inadequado» de antibióticos.
Esclarecendo que, nos casos identificados, uns já tinham a bactéria e outros foram contaminados, Francisco George garantiu que «todas as medidas têm sido tomadas pela equipa do hospital de Gaia com o apoio dos serviços da Direção-Geral da Saúde (DGS)» e disse acreditar que «este problema – se bem que grave, que não pode ser ignorado – está agora controlado».
O diretor-geral falava, em Mirandela, à margem de um ato público de apoio ao consumo de alheira e ao fumeiro da região, na sequência de casos de botulismo alimentar.
Questionado sobre os doentes infetados nos últimos dias no hospital de Gaia, Francisco George esclareceu que se trata de um problema resultado do uso indevido e excessivo de antibióticos.
«Todos temos de reconhecer que o antibiótico é um bem, [mas] que tem risco porque há bactérias que são resistentes, exatamente devido ao uso indevido, o excesso de antibioterapia, quando é utilizado para tratar erradamente infeções de origem viral», concretizou.
As bactérias, «uma vez em contacto com os antibióticos, podem desenvolver essas resistências e foi isso que aconteceu em Gaia», indicou.
O presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia/Espinho, Silvério Cordeiro, afirmou ontem à agência “Lusa” que a infeção provocada por uma bateria está controlada e «as pessoas que eventualmente tenham a bactéria estão isoladas e devidamente identificadas».
O hospital, que garantiu na quarta-feira, em comunicado, que a situação «está controlada». Suspeita que a origem do surto tenha sido numa doente que fez vários ciclos de antibiótico e que partilhou, no dia 29 de julho, a mesma unidade de pós-operatório com o primeiro paciente infetado.
O hospital de Gaia disse ter identificado mais quatro doentes colonizados (não infetados) com a bactéria multirresistente que já causou a morte a três pessoas.
Informou também que foram já criados sete quartos de isolamento individual, três enfermarias com capacidade de 11 camas na área médica e três enfermarias na área cirúrgica com capacidade de quatro camas.
Na passada semana, aquele centro hospitalar referiu ter identificado, desde 07 de agosto, mais de 30 doentes portadores de Klebsiella Pneumoniae, uma bactéria multirresistente que terá surgido em consequência do uso de antibióticos, é de rápida disseminação, transmite-se pelo toque, sobrevive na pele e no meio ambiente e desconhece-se a sua durabilidade.
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